As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio entraram em vigor nesta quarta-feira (12), elevando as taxas para 25% e ampliando sua aplicação a centenas de produtos derivados dos metais. A medida, promovida pelo presidente Donald Trump, tem o objetivo de fortalecer a indústria americana, mas gerou forte reação internacional.
Diante da decisão dos EUA, a União Europeia anunciou que adotará tarifas retaliatórias sobre € 26 bilhões em produtos americanos a partir de abril. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o bloco está pronto para dialogar, mas que não aceitará medidas unilaterais prejudiciais às suas economias. “Estamos prontos para iniciar um diálogo significativo, mas também tomaremos medidas para proteger nossas indústrias e trabalhadores”, afirmou von der Leyen.
A retaliação da UE se soma às críticas de outros países afetados pela decisão de Trump. O Canadá, maior fornecedor estrangeiro de aço e alumínio para os EUA, classificou as tarifas como “inaceitáveis” e estuda medidas recíprocas. O Reino Unido, por sua vez, afirmou que “todas as opções estão sobre a mesa” para reagir no interesse nacional. Já a China e o Japão alertaram para os riscos de uma escalada no protecionismo global, com Pequim prometendo tomar “todas as medidas necessárias” para defender seus interesses comerciais.
A imposição de tarifas também gerou apreensão nos mercados financeiros. O temor de uma guerra comercial ampliada entre os EUA e seus parceiros elevou a volatilidade nas bolsas, com quedas registradas em Wall Street e nos principais índices europeus. Economistas alertam que a continuidade dessas disputas pode desacelerar o crescimento econômico global e gerar impactos no setor industrial e no consumo.
Enquanto isso, o governo dos EUA mantém sua posição firme. Donald Trump justificou a medida como parte de sua política de “America First”, defendendo que a tarifação ajudará a proteger empregos na indústria metalúrgica nacional. No entanto, especialistas alertam que o aumento de custos para as empresas americanas pode acabar prejudicando a própria economia do país, além de agravar as tensões com aliados históricos.
A Comissão Europeia já indicou que buscará uma solução negociada antes da entrada em vigor das tarifas retaliatórias em abril, mas reforçou que não aceitará imposições unilaterais que prejudiquem a competitividade das empresas do bloco. Com o cenário de incerteza, investidores e economistas acompanham de perto os desdobramentos dessa nova fase da disputa comercial entre os EUA e seus principais parceiros.