A Organização Mundial da Saúde (OMS) está investigando um surto de mortes de origem desconhecida na República Democrática do Congo. Desde 9 de fevereiro de 2025, pelo menos 53 pessoas morreram. O primeiro alerta foi emitido pelas autoridades congolesas após 24 óbitos inexplicáveis serem registrados em um curto período.
O incidente teve início na vila de Ekoto, localizada na província de Equateur, onde três crianças faleceram em menos de 48 horas após consumirem carne de morcego, sugerindo uma possível origem zoonótica. Esse episódio desencadeou o aparecimento de casos similares em vilarejos remotos, como Boloko e Bomate, ampliando o alcance do surto.
Segundo relatos oficiais, cerca de 419 pessoas foram infectadas até o momento, com 53 óbitos confirmados. A taxa de letalidade, estimada em aproximadamente 12%, evidencia a gravidade do surto, que apresenta uma evolução clínica acelerada e dificuldades de manejo, sobretudo em áreas de acesso restrito e com infraestrutura sanitária precária.
Os sintomas relatados incluem febre alta, vômitos, diarreia e, em casos mais graves, sinais hemorrágicos, caracterizando um quadro clínico compatível com febre hemorrágica. Especialistas chamam a atenção para a progressão acelerada dos casos, com tempo médio de apenas um dia entre os primeiros sintomas e o falecimento.
As primeiras investigações sugerem duas hipóteses principais: um surto rápido e agressivo de meningite bacteriana ou uma possível intoxicação química. Testes laboratoriais já descartaram infecções por Ebola e Marburg, doenças virais graves e comuns na região. Equipes médicas realizam análises ambientais, incluindo testes em amostras de água e outros elementos para investigar possíveis causas químicas.
Diante do aumento no número de óbitos, as autoridades de saúde expandiram a vigilância epidemiológica e implementaram uma definição mais ampla para casos suspeitos. Até 25 de fevereiro, cerca de 1.318 pessoas apresentaram sintomas que poderiam estar relacionados ao surto. No entanto, metade dos testes realizados nesses pacientes indicaram a presença de malária, sugerindo que os números podem incluir outras doenças endêmicas.
A situação é agravada pela localização remota das áreas afetadas e pela precária infraestrutura de saúde na região, o que dificulta a chegada rápida de equipes de resposta e o acesso a diagnósticos precisos. Essa conjuntura compõe um cenário de emergência sanitária, em que as autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão intensificando as investigações e os esforços de contenção para identificar o agente patogênico e evitar uma propagação mais ampla. Com informações de Tecno Insider.