A Justiça revogou a prisão domiciliar de Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, e determinou sua recondução ao Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais. A decisão foi proferida pelo desembargador Gamaliel Seme Scaff após uma reavaliação médica realizada no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba.
Guaranho, que havia sido condenado no dia 13 de fevereiro deste ano por homicídio qualificado, estava em prisão domiciliar desde o dia 15 de fevereiro. Sua defesa alegava que ele apresentava sequelas físicas e neurológicas em decorrência do tiroteio que resultou na morte de Arruda e que, por isso, não teria condições de cumprir pena em regime fechado.
Entretanto, após nova avaliação, o CMP informou possuir totais condições de prestar assistência médica ao detento, o que levou o desembargador a revogar a prisão domiciliar. O condenado foi transferido novamente para a unidade prisional na sexta-feira (14).
Julgamento e recursos
O julgamento de Jorge Guaranho ocorreu no Tribunal do Júri de Curitiba e durou três dias. Ele foi condenado por homicídio qualificado por motivo fútil e perigo comum. O crime ocorreu em julho de 2022, quando Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda, que comemorava seus 50 anos com um evento temático em homenagem ao PT e ao presidente Lula. Após uma discussão, Guaranho retornou ao local armado e atirou contra a vítima, que revidou antes de morrer.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou um recurso solicitando o aumento da pena de Guaranho. O órgão argumenta que a conduta social do réu não foi devidamente considerada na fixação da pena e que há elementos para um agravamento da condenação.
Relembre o caso
O assassinato de Marcelo Arruda ocorreu em 9 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu. De acordo com as investigações, Guaranho, que era policial penal federal, discutiu com a vítima durante a festa e, minutos depois, voltou ao local e disparou contra Arruda, que, em legítima defesa, atirou de volta.
Marcelo Arruda foi socorrido, mas faleceu no hospital. Ele deixou esposa e quatro filhos, um deles com pouco mais de 40 dias na época do crime. Após o ocorrido, Guaranho foi agredido por convidados da festa, o que resultou em lesões que a defesa usou como argumento para o pedido de prisão domiciliar.
Agora, com a revogação da decisão, ele cumprirá a pena de 20 anos de prisão em regime fechado no Complexo Médico Penal de Pinhais.