(*) Hélio Consolaro
Hélder, meu filho, que tem esse nome em homenagem a Dom Hélder Câmara, bispo brasileiro, nasceu em Araçatuba em 1980. Depois de passar no vestibular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), com quase 18 anos (1998), nunca mais voltou a morar em chão paulista. Descobriu que Brasil não é só São Paulo. Correu o solo brasileiro.
Quando mudou a inscrição do curso no vestibular, de odontologia para biologia, tivemos uma conversa. Disse-lhe que o pesquisador de biologia era o cara que ficava trepado em árvores observando o comportamento dos macacos. Fui cruel, exagerei. Ele ficou entusiasmado, hoje vive no bioma do cerrado com seus alunos, pesquisando a polinização e a fertilidade das plantas.
Graduação em biologia em Campo Grande-MS; mestrado em Uberlândia-MG; doutorado em Brasília, UnB. E pós-doutorado na Espanha. Lecionou na UnB e em Nova Xavantina-MT- universidade estadual (concursado) e depois em Catalão-GO, onde está até hoje como concursado.
Iniciou como Universidade Federal de Goiás, agora Universidade Federal de Catalão-GO. Trata-se de um profissional da ecologia. E por lá casou-se com a goiana Nayara, com quem tem dois filhos, meus netos: Bento e Inácio. Sogro, sogra, cunhadas e cunhados, sobrinhos. Todos comedores de pequi.
Quando foi defender a tese de doutorado em Brasília, em 2008, a Helena (sua mãe) estava na mesa de cirurgia na Santa Casa de Araçatuba. E eu, seu marido, na sala de espera. Não fomos testemunhar o sucesso de nosso rebento no Planalto Central.
Em 19 de fevereiro de 2025, Hélder defenderá o seu memorial a uma banca, pois quer ser promovido a professor titular da UFCAT. A Helena, definitivamente ausente, mas estarei em Catalão-GO para representar o casal.
Hélder Nagai Consolaro ao terminar seu memorial, me passou as 99 páginas. “O currículo apresenta informações sobre a trajetória profissional em formato de lista, enquanto o memorial articula a trajetória profissional com informações, justificativas e reflexões.” IA
Hélder me pediu a leitura, não se tratava de fazer uma revisão, mas de ler os seus feitos, principalmente científicos e didáticos, 44 anos bem vividos.
Confesso que não fiquei indiferente diante do texto. Os olhos umedeceram e secaram por várias vezes.
Indo a Catalão, não encontro apenas os meus, mas uma roda grande de pessoas, que são seus amigos e meus também. A alegria nos envolve. Já somos titulares em todos os corações. O evento vai apenas dar titularidade burocrática.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ