Resumo da notícia:
- Um homem de 60 anos, com diabetes, morreu em Tupã (SP) após contrair Chikungunya.
- Tupã registra 1.283 casos prováveis da doença, com 613 confirmados e 670 em investigação.
- No estado de São Paulo, há 3.523 casos prováveis de Chikungunya e 2.851 de dengue, com mortes confirmadas.
Homem de 60 anos morre por Chikungunya em Tupã, SP
Um homem de 60 anos, com histórico de diabetes, morreu no município de Tupã, a 95 km de Araçatuba, após contrair Chikungunya. Este é o primeiro óbito confirmado pela doença no estado de São Paulo em 2025. A Secretaria de Saúde de Tupã informou que o paciente começou a sentir sintomas como febre alta e dores nas articulações no dia 1º de janeiro, foi internado dois dias depois e faleceu no dia 11 do mesmo mês.
A cidade de Tupã já registra 1.283 casos prováveis de Chikungunya, com 613 confirmações e 670 em investigação. No estado de São Paulo, os números são ainda mais preocupantes: há 3.523 casos prováveis, 1.064 confirmados e 2.549 em análise. Além do óbito em Tupã, outros quatro casos de morte por Chikungunya estão sob investigação no estado.
Dengue
A Chikungunya, assim como a dengue, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Enquanto isso, a dengue também avança no estado. Desde o início de janeiro, foram registrados 52 óbitos, e outros 256 estão em investigação.
No cenário nacional, os dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil registra 269.919 casos prováveis de dengue, com 85 mortes confirmadas e 303 em investigação. Já a Chikungunya soma 19.605 casos prováveis, 11 óbitos confirmados e 12 em análise.
Segundo Marcos do Amaral Jorge, da Unesp, os dados se aproximam bastante – e em algumas regiões até superam – daqueles registrados no início de 2024, ano em que a dengue se espalhou pelo território nacional e o país observou os seus piores números da série histórica.
Foram mais de 6,6 milhões de casos prováveis de dengue em 2024, e mais de 6 mil óbitos, de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, uma ferramenta do Ministério da Saúde que acompanha e atualiza dados da dengue, zika, chikungunya e febre oropouche. Tais números representaram um aumento de 300% nos casos e 422% nas mortes pela doença, em relação a 2023.
Profissionais de saúde pública alertam que, comparando-se apenas os números do estado de São Paulo para as primeiras quatro semanas do ano de 2024, disponíveis no Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde, com os dados relativos às primeiras quatro semanas do ano de 2024, a tendência é que o total de casos neste ano seja maior (veja tabela abaixo).

“Se somarmos os últimos oito anos antes de 2024, não alcançaremos o número de óbitos ocorridos em 2024”, diz o médico epidemiologista Alexandre Naime, que é coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia. “E mesmo assim, 2025 já se posiciona como o pior ano da doença em alguns estados. São Paulo, por exemplo, registra um total de casos suspeitos que é 50% maior do que o observado no ano passado.”
Naime, que é docente da Faculdade de Medicina da Unesp, no câmpus de Botucatu, explica que o número de óbitos ainda não está tão próximo ao do ano anterior porque muitos casos ainda estão em investigação. Provavelmente, em muitos se confirmará a dengue como causa do óbito. “A projeção, infelizmente, é que 2025 vá quebrar todos os recordes de 2024, que já foram trágicos e históricos”, diz.