O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, protagonizaram um momento tenso nesta sexta-feira (28), durante um encontro na Casa Branca. Diante da imprensa, os dois líderes discutiram sobre um possível acordo para encerrar a guerra na Ucrânia, iniciada em 2022 após a invasão russa. Trump elevou o tom ao pressionar Zelensky a aceitar uma negociação, alertando que a recusa poderia levar a um conflito global.
A troca de acusações aconteceu nos minutos finais da reunião, que durou 45 minutos no Salão Oval. Zelensky demonstrou desconfiança em relação às promessas do presidente russo, Vladimir Putin, e o chamou de “assassino”. Em resposta, Trump acusou o líder ucraniano de desrespeitar os EUA e afirmou que o país já havia ajudado Kiev além do necessário.
“Você está apostando com a vida de milhões de pessoas. Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial”, declarou Trump a Zelensky. “Seu povo é muito corajoso, mas ou vocês fazem um acordo ou estamos fora. E se estivermos fora, vocês terão que lutar sozinhos”, acrescentou o presidente americano.
A reunião ocorreu antes da assinatura de um acordo entre os EUA e a Ucrânia para exploração de terras raras, localizadas no leste do território ucraniano. A região, atualmente sob controle da Rússia, é rica em minerais estratégicos, essenciais para a indústria tecnológica e militar. O governo americano tem interesse em garantir acesso a esses recursos, enquanto Zelensky busca garantir que a Ucrânia mantenha o controle sobre suas riquezas naturais.
Nos últimos dias, a relação entre os dois líderes já havia se desgastado publicamente. Zelensky acusou Trump de se alinhar com a Rússia e de estar preso a uma “bolha de desinformação” promovida por Putin. Em resposta, Trump chamou o presidente ucraniano de “ditador sem eleições” e condicionou o apoio americano ao fechamento de um acordo com Moscou.
A postura do governo Trump tem sido alvo de críticas da União Europeia, que contesta a exclusão da Ucrânia das principais discussões sobre o futuro do conflito. Líderes europeus também demonstram preocupação com a falta de mediação do bloco nas negociações, o que pode impactar a estabilidade geopolítica da região.
Após o encontro, Trump reforçou sua posição nas redes sociais, afirmando que Zelensky “desrespeitou os EUA no Salão Oval” e que só poderá voltar quando estiver “pronto para a paz”. Enquanto isso, a guerra na Ucrânia segue sem perspectiva imediata de resolução, com os EUA assumindo um papel cada vez mais incerto no apoio ao país.