Com análises minuciosas de mensagens e arquivos, pesquisas e uso direto dos mais avançados softwares forenses, os profissionais do Núcleo de Perícias de Informática conseguem não só auxiliar nas investigações, mas também apoiar a Justiça na decisão de alguma sentença, com inúmeras possibilidades de agravantes, a depender do que foi encontrado no celular, computador ou outros aparelhos relacionados com a pessoa investigada. O setor pertence à Superintendência da Polícia Técnico Científica de São Paulo (SPTC), que completou 27 anos neste domingo (9).
Só em 2024, as equipes periciaram mais de 3,8 mil celulares e tablets, 1,1 mil computadores e cerca de 600 máquinas de cartão. Boa parte dos crimes descobertos nessas análises é de pedofilia, estelionato e tráfico de drogas.
Os peritos desvendaram, também, casos de corrupção, como o que ocorreu com os policiais envolvidos com Antônio Vinícius Gritzbach, que foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro. Todos os dispositivos dos suspeitos foram apreendidos pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar e encaminhados à perícia, o que resultou no sucesso das investigações.
![Trabalho da perícia recupera registro apagados de celulares e computadores D00057953](http://www.ssp.sp.gov.br/midia/Imagem/D00057953.jpg)
“O nosso trabalho não é só caracterizar o crime, mas também ver agravantes ou se há algum outro indivíduo envolvido com aquilo. Depois criamos laudos periciais com as informações do que aquela pessoa estava armazenando ou compartilhando, sempre com alguns exemplos, e isso serve para ajudar no prosseguimento das investigações, e também como provas para que Justiça determine as sentenças”, afirmou Marcelo Cirilo, diretor do Núcleo de Perícias de Informática.
Com sistemas de primeiro mundo, os policiais conseguem até mesmo fazer quebra de senhas de equipamentos para extrair os dados, o que acontece somente após autorização judicial.
Passo a passo do serviço
Quando a Justiça expede mandados de busca e apreensão contra um suspeito de algum crime, as equipes das Polícias Civil, Militar, Federal ou até mesmo do Exército, cumprem essas ordens judiciais em endereços relacionados a ele.
Todo tipo de equipamento eletrônico encontrado nos locais é apreendido e encaminhado à perícia. “A partir daí entra a nossa especialidade. Pegamos aquele computador ou celular e, se estiver bloqueado, fazemos a quebra da senha e extraímos os dados. Analisamos todo tipo de conteúdo que tem lá, fotos, vídeos e mensagens em aplicativos para tentar identificar se alguma mídia que faça menção ao crime”, explicou Marcelo.
Para ele, apesar de ser um trabalho intenso que exige muito profissionalismo, seriedade e honestidade, principalmente por ter que lidar com casos sensíveis, como o de pedofilia, saber que o laudo emitido após todo esse processo pode condenar ou inocentar alguém, “faz o trabalho valer a pena”.