A mãe da adolescente da Fundação Mirim que atua na Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Araçatuba, e tem sido alvo da polêmica envolvendo um diretor, em uma denúncia de assédio, diz que estão criando uma polêmica sobre algo que foi distorcido.
A mulher, que prefere não se aparecer e nem expor a filha, está irritada pelo fato de estarem criando uma situação política em cima do caso, como ela classifica o posicionamento de uma vereadora, que usou o plenário e as redes sociais para expor o caso pedindo a exoneração do servidor.
“Essa vereadora (Sol do Autismo PL) não procurou minha filha, ela não me procurou, para saber o que realmente aconteceu”, afirma a mãe. Ela ainda diz que o caso tomou um rumo que pode prejudicar o diretor, e teme pelo que possa acontecer, porque os fatos que estão sendo expostos, segundo ela, distorcem da realidade.
“Ele mandou uma mensagem na rede social da minha filha, comentando que ela estava tímida, e foi isso que deu toda essa repercussão depois que outra pessoa viu a mensagem”, explicou a mãe. “Não teve nada além disso, temos a cópia do depoimento dela na corregedoria da prefeitura. Não teve nada de assédio”, afirma.
Quando a reportagem manteve contato com a mãe da jovem, na noite desta terça-feira, ela disse que a filha estava na escola e só retornaria às 23h, e também estava disposta a confirmar e falar o que realmente aconteceu. A reportagem ainda não ouviu a adolescente.
“Minha filha acha injusto o que estão fazendo com o diretor. Eu não conheço ele, mas sei que minha filha fala a verdade. Ela diz que ele é uma pessoa muito educada e em nenhum momento a assediou”.
A mulher disse ainda que tentaria falar pessoalmente com o prefeito, Lucas Zanatta, para explicar o caso. Na manhã desta quarta-feira ela tinha agendado uma reunião com o Secretário de Governo, Marcelo Teixeira, e iria com a filha para falar sobre o caso, o qual diz que passou a ser usado como “palanque político”, e ela e nem a filha vão admitir isso.
Denúncia
A vereadora Sol do Autismo (PL)explicou que se posicionou em relação ao caso, após tomar conhecimento de um áudio de um familiar pedindo ajuda porque a jovem teria sido assediada. “Eu me posicionei e faria com qualquer pessoa em qualquer outra circunstância. Temos que investigar sim e ouvir nossas crianças e nossos jovens”, justificou.
A vereadora ainda lembrou outro caso em que também se posicionou, que foi o do professor de um Cemfica, acusado de abuso sexual contra crianças, e que hoje encontra-se preso. “E quando envolve esse tipo de denúncia, temos que primeiro afastar e depois investigar. esse é meu posicionamento e sempre vou agir assim, devo satisfação aos munícipes, as mães que me elegeram”.
Câmara
O caso do suposto assédio ganhou ainda mais repercussão nesta segunda-feira durante a sessão ordinária na Câmara dos Vereadores. Vereadores questionaram a demora na exoneração do servidor, que está afastado mas ainda não foi exonerado, e por isso continua tendo direito ao salário. Luís Boatto (Solidariedade), Gilberto Batata Mantovani (PSD) e Damião Brito (Rede) foram enfáticos em seus discursos.
Eles defendem a exoneração, por ser tratar de cargo comissionado, e se comprovando a inocência, posteriormente retorna. Damiao Brito foi primeiro a se pronunciar e disse que teve a iniciativa após ser procurado por um familiar da adolescente, informando sobre o possível caso de assédio.
“Imediatamente eu comuniquei o prefeito, que estava em viagem, e o líder dele, o vereador Fernando Fabris, pedindo providencias”, disse. Brito diz que quer acompanhar o caso e saber se Polícia Civil, Conselho Tutelar e a Fundação Mirim foram informados. “O que eu fiz num primeiro momento foi para evitar algo pior”, explicou Brito.
Na ocasião houve cobrança incisiva sobre a exoneração do diretor, que é de Buritama e marido de uma mulher que integra o partido do prefeito Lucas Zanatta (PL). O vice-presidente da Câmara e líder do prefeito no Legislativo, vereador Fernando Fabris (PL), justificou que Zanatta está acompanhando o caso de perto desde que tomou conhecimento da denúncia.