- Resumo da notícia
- A PGR denunciou Bolsonaro e 33 aliados ao STF, afirmando que a não adesão do Exército foi decisiva para impedir o golpe de Estado.
- Segundo a denúncia, militares que resistiram ao plano golpista foram alvo de ataques pessoais e pressões constantes.
- O então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria apoiado o golpe e sido elogiado pelos conspiradores.
- Bolsonaro foi denunciado por crimes como tentativa de golpe de Estado e dano ao patrimônio público.
- O STF avaliará se aceita a denúncia, tornando Bolsonaro e os demais denunciados réus.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou, em denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18), que a resistência do Exército à pressão golpista foi fundamental para evitar a ruptura institucional planejada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. A peça acusatória aponta que, embora houvesse militares envolvidos no plano, a recusa do então comandante do Exército, Freire Gomes, e de generais das Regiões Militares impediu que o golpe se concretizasse.
“A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manterem no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse”, destaca a denúncia.
A PGR também declarou que o Exército foi “vítima de uma conspirata” e que seus comandantes sofreram pressões sistemáticas por parte dos envolvidos. Segundo o documento, os militares que resistiram às investidas dos golpistas foram alvo de uma campanha pública de ataques pessoais, que se estendeu até seus familiares, com o objetivo de coagi-los a aderir ao movimento.
Por outro lado, a denúncia revela que o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, aderiu ao plano golpista e foi enaltecido pelos conspiradores. A peça cita uma troca de mensagens entre o ex-ministro Walter Braga Netto e o militar da reserva Ailton Barros, na qual Braga Netto incentiva ataques ao comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Baptista Júnior, e elogios a Garnier. “Senta o pau no Baptista Júnior. (…) Elogia o Garnier e fode o BJ”, escreveu Braga Netto, conforme a denúncia.
Além de Bolsonaro, 33 pessoas foram denunciadas pela PGR. O ex-presidente é acusado de chefiar uma organização criminosa armada e de cometer crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
O STF analisará a denúncia e decidirá se Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus.