A Corregedoria da Polícia Civil, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), da Secretaria da Administração Penitenciária, Controladoria-Geral do Estado, Polícia Científica e Guarda Civil Metropolitana, deflagrou nesta terça-feira (4) a Operação Video Vocacionis, para cumprir mandados de busca e apreensão contra policiais civis suspeitos de envolvimento com a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com as apurações, dois policiais que estão presos desde setembro faziam contato com pessoas de fora do presídio, de forma a atrapalhar as investigações e coagir uma testemunha a omitir informações em seu depoimento.
Os dois policias foram denunciados por integrarem e liderarem organização criminosa armada e destinada à prática de crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Também foi cumprido mandado de busca e apreensão contra um delegado investigado por participar do esquema. Mais de 80 agentes foram mobilizados na operação, cujo nome faz referência à expressão “vídeo chamada” em latim, já que foi desta forma que os presos contataram seu interlocutor.
Delegado preso
Ainda nesta terça, foi cumprido um mandado de busca e apreensão contra o delegado Alberto Pereira Matheus Jr., investigado por envolvimento em esquema de corrupção que teria relação com a morte de Vinícius Gritzbach, o delator do PCC.
O delegado alcançou a classe especial, um dos mais altos níveis hierárquicos da Polícia Civil e é chefe da seccional de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Antes de assumir o cargo, ele ocupou postos no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc), trabalhando em diversos casos que envolviam o crime organizado.
O nome do delegado surgiu nas investigações por meio de um dos policiais militares presos por extorquir o delator do PCC. De acordo com apuração do Metrópoles, foi descoberto um Pix para a esposa e para o filho de Alberto Pereira Matheus Junior no telefone de um dos PMs presos.