Resumo da notícia
- A presidente do México, Claudia Sheinbaum, e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegaram a um acordo para suspender as tarifas comerciais por um mês.
- O México reforçará sua fronteira norte com 10 mil membros da Guarda Nacional para conter o tráfico de drogas, enquanto os EUA trabalharão para impedir o tráfico de armas para o México.
- A decisão acontece após a imposição de tarifas pelos EUA ao México e ao Canadá, medida que gerou tensões comerciais e resposta do governo canadense.
México reforça fronteira e Trump suspende tarifas temporariamente
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta segunda-feira (3) um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender por um mês as tarifas comerciais impostas pelos EUA. Como contrapartida, o México reforçará a fronteira norte com 10 mil membros da Guarda Nacional para conter o tráfico de drogas, especialmente de fentanil, para os Estados Unidos.
O acordo foi anunciado após uma conversa entre Sheinbaum e Trump. Segundo a presidente mexicana, o diálogo ocorreu “com grande respeito” e resultou em três frentes de ação: o envio imediato de tropas mexicanas à fronteira, o compromisso dos EUA de impedir o tráfico de armas para o México e a criação de mesas de negociação sobre segurança e comércio entre os dois países.
Impacto comercial e resposta do Canadá
O acordo entre México e EUA ocorre em meio a tensões comerciais provocadas por Trump. Na sexta-feira (1º), os EUA anunciaram tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, além de 10% sobre itens da China. Em resposta, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos norte-americanos, incluindo cervejas, vinhos, frutas, roupas e eletrodomésticos.
Trudeau criticou a medida de Trump e incentivou os canadenses a priorizarem produtos e turismo internos para minimizar os impactos das tarifas. Enquanto isso, Sheinbaum afirmou que manter um acordo comercial com os EUA é a melhor estratégia para o México, garantindo crescimento econômico e proteção no médio prazo.
Reações do mercado e possíveis impactos globais
A escalada tarifária imposta pelos EUA gerou preocupação nos mercados financeiros. Especialistas temem que a troca de tarifas leve a uma guerra comercial, impactando a inflação e dificultando a redução das taxas de juros pelos bancos centrais.
No Brasil, o cenário pode afetar a economia de duas formas: primeiro, por meio da valorização do dólar, já que juros mais altos nos EUA tornam os investimentos em títulos norte-americanos mais atrativos; segundo, caso a China seja fortemente tarifada, o excesso de produtos chineses no mercado global pode gerar concorrência para as indústrias brasileiras.
Enquanto os impactos econômicos ainda são incertos, Trump já indicou que deseja ampliar as tarifas para a União Europeia, aumentando ainda mais as tensões no comércio global.