Resumo da notícia
- O Canadá anunciou neste sábado (1º) a imposição de tarifas de 25% sobre produtos dos Estados Unidos, em resposta às medidas adotadas pelo governo de Donald Trump.
- As tarifas afetarão diversos setores, incluindo bebidas, roupas, eletrodomésticos e sucos de frutas. O primeiro-ministro Justin Trudeau incentivou os canadenses a consumirem produtos locais e viajarem dentro do país.
- O México também anunciou tarifas retaliatórias, enquanto a China pretende contestar as medidas dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC).
- Trump justifica as tarifas como uma questão de segurança nacional, alegando que Canadá, México e China não estão combatendo a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.
Trudeau anuncia tarifas contra os EUA e incentiva consumo de produtos canadenses
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou neste sábado (1º) a imposição de tarifas de 25% sobre produtos dos Estados Unidos, em resposta às taxas estabelecidas pelo governo de Donald Trump. Segundo o primeiro-ministro, a medida visa proteger a economia canadense e fortalecer o consumo interno.
Trudeau declarou que as tarifas prejudicarão os próprios Estados Unidos e incentivou os cidadãos a priorizarem produtos canadenses e a viajarem dentro do país, em vez de optarem pelos EUA. “Precisamos apoiar nossa economia. As tarifas impostas por Trump terão impacto negativo para os trabalhadores americanos”, afirmou o primeiro-ministro.
A nova taxação entrará em vigor em duas fases. A primeira, no valor de US$ 30 bilhões, será aplicada já na próxima terça-feira (4). O restante, estimado em US$ 125 bilhões, será implementado dentro de 21 dias. Os setores afetados incluem bebidas alcoólicas, sucos de frutas — como o suco de laranja da Flórida, estado natal de Trump —, roupas, eletrodomésticos e equipamentos esportivos. Além disso, o governo canadense avalia outras medidas não tarifárias, como restrições a minerais críticos e acordos energéticos.
Reações internacionais
A decisão de Trump de impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e do México, além de 10% sobre produtos chineses, gerou uma forte reação global. No sábado, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, ordenou a adoção de tarifas retaliatórias contra os EUA, afirmando que seu governo já tem um “plano B” para lidar com a crise comercial.
A China, por sua vez, anunciou que contestará as tarifas norte-americanas na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em nota oficial, o Ministério do Comércio chinês declarou que a imposição das taxas “viola seriamente” as regras internacionais e pediu que os EUA “fortaleçam a cooperação e o diálogo”.
Justificativa dos EUA
O governo Trump defende que as tarifas não são apenas uma questão comercial, mas sim uma medida de segurança nacional e saúde pública. A Casa Branca alega que Canadá, México e China falharam em conter a imigração ilegal e o tráfico de fentanil — substância que tem causado uma crise de overdose nos Estados Unidos.
“O México tem uma aliança com cartéis de drogas que ameaçam nossa segurança nacional”, declarou a Casa Branca em comunicado. Em resposta, Claudia Sheinbaum classificou as acusações como “calúnia” e afirmou que o México não aceitará qualquer tipo de intervenção dos EUA.
A escalada de tensões entre os três países pode gerar impactos significativos no comércio internacional. Especialistas alertam que a guerra tarifária pode elevar os preços de produtos essenciais e prejudicar tanto consumidores quanto indústrias dos países envolvidos.