- Resumo da notícia
- O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou Jair Bolsonaro ao STF, afirmando que ele sabia e concordou com um plano para assassinar Lula e Alexandre de Moraes.
- A denúncia descreve um esquema chamado “Punhal Verde Amarelo”, articulado dentro do Palácio do Planalto para atacar a democracia e impedir a posse do novo governo.
- Um áudio enviado por Mauro Fernandes a Mauro Cid revela que Bolsonaro discutiu o plano e esperava sua execução ainda em dezembro de 2022.
- Além desse plano, a PGR aponta outras tentativas de golpe, incluindo a “Operação Copa 2022”, que buscava apoio do Exército para romper a ordem democrática.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou nesta terça-feira (18) uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de saber e concordar com um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes. Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Bolsonaro se tornará réu e responderá a um processo penal.
De acordo com a peça acusatória, o plano fazia parte de um esquema chamado “Punhal Verde Amarelo”, desenvolvido dentro do Palácio do Planalto. O objetivo era atacar instituições democráticas, neutralizar o Supremo Tribunal Federal e impedir a posse do novo governo. A PGR alega que Bolsonaro adotou uma postura de ruptura com a democracia desde 2021 e que os atos foram meticulosamente planejados.
Um dos elementos centrais da denúncia é um áudio enviado por Mauro Fernandes, então Secretário-Executivo da Secretaria-Geral da Presidência, ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. No áudio, Fernandes relata uma conversa com o ex-presidente, na qual Bolsonaro demonstrava conhecimento do plano e esperava sua execução até o fim de dezembro de 2022. “O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro”, afirmou Gonet. Além disso, Fernandes teria impresso três cópias do plano.
A denúncia também menciona mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp chamado “Acompanhamento”, nas quais se confirma que Bolsonaro participou de encontros no Palácio do Planalto para concretizar ações violentas do plano.
Além do plano de assassinato, a PGR destacou outras conspirações da organização criminosa supostamente liderada por Bolsonaro. Entre elas, estava a “Operação Copa 2022”, um movimento estruturado para gerar comoção social e mobilizar o Alto Comando do Exército em favor de um golpe de Estado. Segundo a denúncia, o plano envolvia várias etapas e pretendia estabelecer “controle total sobre os três Poderes”.
Agora, o STF decidirá se aceita ou não a denúncia contra Bolsonaro. Caso aceite, ele passará a responder criminalmente pelas acusações apresentadas pela PGR.