Em Pernambuco, um homem está exigindo judicialmente metade do prêmio da Mega Sena ganhado por sua ex-mulher. O caso envolve uma ex-dona de barraca de lanches e um motorista de kombi, que estavam noivos quando, em 2020, ela acertou os números e faturou R$ 103 milhões.
O casal começou a namorar em abril, noivou em agosto e, em outubro, a sorte bateu à porta. Eles se casaram no mesmo mês em que o prêmio veio, mas se separaram nove meses depois, devido a “grosserias” por parte dele.
A mulher deu ao ex R$ 10 milhões, e mais R$ 1 milhão para cada um dos filhos dele, e se mudou de cidade.
Um ano depois, o homem foi à Justiça e requer metade do valor do prêmio, alegando que já teriam uma união estável antes do sorteio e que ela retirou o prêmio de uma conta conjunta dos dois. A mulher, por sua vez, diz que ficou milionária sozinha. O caso foi revelado pelo Metrópoles.
Em dezembro de 2023, a Justiça bloqueou parte do prêmio até que se decidisse o destino do dinheiro. Até hoje, o caso não foi solucionado.
“Fezinha”
O sorteio ocorreu em 7 de outubro de 2020. No dia seguinte, as manchetes anunciavam que uma aposta simples feita na cidade de Abreu e Lima, grande Recife, foi a premiada.
Eles se casaram 22 dias depois, mas o matrimônio durou apenas nove meses, e o divórcio ocorreu com separação total de bens.
Um ano após o divórcio, o homem buscou a Justiça e reivindicou R$ 66 milhões, referentes a metade do prêmio, além de indenização por danos morais e materiais.
“Agindo de má-fé, sendo maquiavélica e sorrateira com relação aos valores do casal, de forma que logo após transferir todo o dinheiro do casal, de forma cruel, imediatamente pediu a separação, queria o divórcio, deixando o requerido sem nenhum meio de sobreviver, pois o mesmo ainda precisava fazer uma cirurgia, e agora se encontrava sem ter condições financeiras para fazer a cirurgia”, escreveu a defesa.
O homem argumenta que eles tinham união estável antes do casamento, o que justificaria a comunhão parcial de bens. Para tentar comprovar a união, o homem alegou que os dois tinham relações sexuais antes do casamento e acrescentou que dormiam juntos em um colchonete de solteiro dentro da barraca dela.
Em contrapartida, a mulher afirmou que eles não moravam juntos – ela vivia dentro de sua barraca de lanches após ser despejada de uma casa alugada, e ele morava com a irmã, em outro bairro. Afirmou, ainda, que é evangélica, e negou qualquer intimidade antes do casamento.
Na Justiça
Em dezembro de 2023, a Justiça mandou bloquear 50% dos bens dela. Porém, só teriam sido encontrados R$ 22,5 milhões. Uma decisão de fevereiro de 2024 liberou 10% desse valor.
Ao Metrópoles, o advogado da mulher disse que ela chegou a mudar de cidade por razões de segurança, tendo em vista a fortuna recebida.
Pontuou ainda que, hoje, a cliente vive com parte do prêmio da Mega Sena, já que o restante segue bloqueado.