Nesta segunda-feira (27/1), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denunciou 12 pessoas, entre elas três advogados, por ligações com o Primeiro Comando da Capital. Presas com a deflagração da Operação Scream Fake no dia 14 deste mês, elas poderão responder por infração à Lei n.º 12.850/13, que trata das organizações criminosas. Entre os denunciados estão ex-dirigentes de uma entidade não governamental que servia como fachada para dar suporte aos integrantes da facção.
Iniciadas há três anos, as investigações se basearam em cartões de memória apreendidos com uma visitante na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, em Presidente Venceslau. A análise do material, juntamente com manuscritos de detentos, revelou a estrutura da organização criminosa, que conta com setores especializados denominados “gravatas”, “saúde”, “financeiro” e “reivindicações”.
Os “gravatas”, liderados por advogados, desempenhavam um papel estratégico, fornecendo assistência jurídica e gerenciando outras áreas do PCC. Já o setor “saúde” recrutava médicos e dentistas, que, muitas vezes sem saber, realizavam procedimentos incluindo intervenções cirúrgicas e eram pagos com recursos provenientes de práticas criminosas gerenciadas pelo ramo “financeiro”.
O MPSP também identificou a área de “reivindicações”, responsável por ações judiciais fraudulentas, manifestações populares e denúncias infundadas, registradas com o objetivo de enfraquecer o sistema de justiça criminal e influenciar a opinião pública contra o Estado.