Um empresário de 57 anos morador no Jardim Sumaré, em Araçatuba, foi preso em flagrante na noite deste domingo por estelionato, após mobilizar equipes policiais informando que ladrões tinham roubado seu carro, um Jeep Renegade. Várias diligências foram realizadas até a polícia encontrar o carro e descobrir que tratava-se de uma farsa, sendo que na verdade o homem pretendia dar o golpe em uma seguradora.
O empresário acionou a polícia informando que havia parado o carro para verificar um pneu mucho, embaixo do viaduto da Elyeser Montenegro Magalhães no prolongamento da Marcílio Dias. Ainda na versão da suposta vítima, nesse momento dois homens pararam de moto e anunciaram o assalto, levando o carro, documentos e um dos dois telefones celulares dele.
Quando as equipes chegaram, encontraram o empresário sozinho debaixo do viaduto, portando apenas um telefone celular. Os policiais desconfiaram do empresário, que estava muito calmo, não apresentava nenhuma marca pelo corpo.
Mobilização de várias equipes
Ele foi colocado dentro da viatura, e os policiais seguiram em diligências até a cidade de Bilac, na tentativa de localizar o veículo roubado. O Copom também enviou viaturas da área de Araçatuba (inclusive do BAEP e da Força Tática) e de Bilac para auxiliar nas buscas.
Foram realizadas buscas por todas as equipes e o veículo não foi localizado. Em seguida, os policiais rodoviários dirigiram-se ao plantão policial, levando a vítima no interior da viatura para registrar o roubo de veículo/celular/documentos.
Um dos policiais perguntou ao empresário se o celular roubado estava logado em algum e-mail. Ele disse que sim, abriu seu outro celular e esclareceu que, na verdade, possuía dois celulares e apenas um fora roubado. Ao acessar seu e-mail, o policial verificou a localização do celular roubado, um apartamento de um edifício na avenida dos Estados.
Os policiais indagaram se ele conhecia alguém nesse endereço, e ele respondeu que não. Apesar disso, a equipe rodoviária decidiu ir até o local indicado para verificar se o veículo/celular/documentos roubados estavam no referido endereço.
Ao chegarem no edifício, os policiais conversaram com o porteiro e ele os afirmou que o homem residia naquele edifício, juntamente com a mulher e filhos. O autuado permanecia na viatura afirmando que não residia e nem conhecia moradores daquele local.
Diante do impasse, um policial pediu ao porteiro que interfonasse no apartamento do empresário, mas ninguém atendeu. Durante aquela conversa, chegou o entregador do lanche que a esposa do empresário havia feito encomenda. Os policiais pegaram o lanche, com autorização do porteiro, e subiram para fazer a entrega. A mulher que atendeu a campainha confirmou ser esposa do empresário e que ambos residiam naquele local. Ao ser questionada, ela confirmou que o marido havia sido vítima de roubo.
A mulher acompanhou os policiais até a garagem do prédio, onde os policiais localizaram o Jeep Renegade que, segundo o empresário, havia sido roubado. Diante de todo o contexto, os policiais rodoviários se convenceram de que, na verdade, o homem queria dar o golpe do seguro e foram falar com ele na viatura, já que a esposa disse que “não ia falar mais nada”.
O empresário foi informado pelos policiais de que haviam localizado seu Jeep Renegade e durante a conversa informal ele confessou aos policiais que “o carro tinha dado um problema avaliado em R$ 60 mil e que o seguro não cobriria o reparo e, portanto, simulou um crime de roubo para receber integralmente o carro e não ficar no prejuízo”.
Ele foi levado à delegacia e o delegado plantonista ratificou a prisão em flagrante por estelionato. Também representou pela conversão de prisão em flagrante para prisão preventiva. A mulher, que teria levado ele até o local onde criou a cena do roubo, será investigada pela participação no crime.