Resumo da notícia
- Quatro pessoas foram presas no RJ por maquiar e revender carne estragada submersa na enchente de Porto Alegre, em 2024.
- A empresa Tem Di Tudo Salvados comprou 800 toneladas de carne deteriorada sob o pretexto de transformá-la em ração animal, mas revendeu o produto para consumo humano.
- A carne foi distribuída para mercados e açougues de todo o Brasil, gerando lucros de até 1.000%.
Operação no RJ descobre carne podre de enchente sendo vendida como nova
Quatro pessoas foram presas em flagrante na Operação Carne Fraca, deflagrada nesta quarta-feira (22), no Rio de Janeiro. Elas são acusadas de maquiar carne podre que ficou submersa na enchente histórica de Porto Alegre, em 2024, e revendê-la como própria para consumo humano em mercados e açougues de todo o Brasil.
Entre os presos está Almir Jorge Luís da Silva, sócio da empresa Tem Di Tudo Salvados, com sede em Três Rios, no Sul Fluminense. A empresa adquiriu 800 toneladas de proteína animal deteriorada de um frigorífico gaúcho, alegando que o material seria transformado em ração animal. No entanto, segundo a Delegacia do Consumidor (Decon-RJ), a carne bovina, suína e de aves foi maquiada para esconder os danos causados pela lama e água e colocada à venda como produto fresco.
“Temos informações de que a carne foi transportada para mercados e açougues de diversas partes do Brasil, sem que os compradores soubessem da origem deteriorada”, afirmou o delegado Wellington Vieira.
Operação policial e flagrante
A polícia cumpriu oito mandados de busca e apreensão na sede da empresa e em imóveis ligados aos sócios. Durante as buscas, agentes encontraram pacotes de carne embalados a vácuo, possivelmente do lote de Porto Alegre, pedaços de carne pendurados em ambientes sem refrigeração adequada e alimentos armazenados em prateleiras enferrujadas.
No local, também foram descobertos sacos de alimentos espalhados pelo chão. Quatro pessoas foram presas em flagrante por manter mercadorias impróprias para consumo.
Lucro milionário com o esquema
As investigações apontaram que a Tem Di Tudo Salvados adquiriu a carne podre por apenas R$ 80 mil, enquanto o lote, se estivesse em boas condições, seria avaliado em R$ 5 milhões. A empresa teria lucrado até 1.000% ao revender a carne maquiada.
Possíveis penalidades
Os presos podem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com penas que podem chegar a 15 anos de reclusão. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os mercados que adquiriram a carne adulterada.