Resumo:
- Veículo anfíbio criado por um mecânico brasileiro é apreendido em São Vicente (SP) após ser visto andando sobre o mar.
- Falta de licença e documentação necessária para navegação.
- O criador busca reaver o carro na Justiça e defende seu potencial para salvamentos aquáticos.
- A inovação viralizou nas redes sociais antes de ser confiscada.
Um carro capaz de andar tanto na terra quanto sobre a água chamou a atenção em São Vicente, no litoral de São Paulo. Criado pelo mecânico Caio Strumiello, de 53 anos, o veículo foi apreendido pela Capitania dos Portos após imagens (veja mais abaixo) dele navegando no mar viralizarem nas redes sociais. A falta de licença e documentação necessária para navegação foi o motivo alegado para a apreensão.
Strumiello explicou que o carro foi desenvolvido de forma artesanal, utilizando um casco de barco com rodas e dois motores: um de motocicleta e outro estacionário, comumente usado em máquinas agrícolas. Segundo o mecânico, o veículo é seguro e foi projetado para evitar danos ao meio ambiente. “Os motores ficam abaixo do nível do mar, sem contato direto com a água, como acontece em navios. Não há risco de vazamento de óleo”, garantiu.
O carro anfíbio foi abordado pela Guarda Civil Municipal (GCM) na Praia do Gonzaguinha no dia 30 de dezembro, após o Centro de Controle Operacional ser acionado para verificar as condições do veículo. A GCM informou que, embora não tenha encontrado problemas ambientais imediatos, o caso foi encaminhado à Capitania dos Portos por causa da falta de documentação.
Strumiello lamentou a apreensão e disse que já procurou um advogado para entrar na Justiça na tentativa de reaver sua criação. “Não foi algo feito de forma aleatória. Tenho experiência com navegação e desenvolvo carros há anos. Fico triste porque acho que o veículo poderia ser útil para salvamentos aquáticos e outras finalidades. Se fosse algo importado, talvez tivesse mais aceitação”, desabafou.
Segundo a Prefeitura de São Vicente, o mecânico tentou retirar o carro no último final de semana, mas não conseguiu devido à ausência de um documento formal de sua criação. A viralização das imagens nas redes sociais gerou repercussão, dividindo opiniões entre os que elogiam a inovação e os que questionam a segurança do veículo.
Strumiello segue otimista e planeja continuar defendendo seu projeto, afirmando que sua intenção nunca foi causar danos, mas sim contribuir com uma solução inovadora.