A morte de três pessoas da mesma família após o consumo de um bolo durante uma confraternização de Natal está sendo investigada pela Polícia Civil em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul. Outras duas pessoas continuam internadas em estado estável, enquanto uma já recebeu alta médica.
O caso ocorreu na segunda-feira (23), quando sete familiares se reuniram para celebrar a data. Após ingerirem o bolo, preparado por uma das participantes, cinco pessoas começaram a passar mal e precisaram de atendimento médico. Três delas não resistiram: a professora aposentada Maida Flores da Silva, de 58 anos, sua irmã Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos.
De acordo com a polícia, Maida foi a primeira a falecer, seguida por Tatiana e Neuza, que morreram com poucas horas de intervalo no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. Ambas as mortes foram atribuídas a parada cardiorrespiratória e choque decorrente de intoxicação alimentar, segundo o laudo preliminar.
Investigação apura causas
A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação: intoxicação alimentar ou envenenamento. Durante a perícia no local, foram encontrados alimentos vencidos, como uma maionese expirada há mais de um ano, além de um frasco de remédio contendo um líquido branco, que será submetido a análise. Também foram recolhidos para perícia o bolo, os utensílios usados no preparo e outros alimentos consumidos na confraternização.
Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, o ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. O caso não havia sido investigado, mas, diante das circunstâncias, a polícia solicitou a exumação do corpo para verificar se há conexão entre os episódios.
Tradição familiar interrompida
De acordo com Denise Teixeira Gomes, amiga das vítimas, o bolo fazia parte da tradição familiar em festividades de fim de ano. “Era um bolo de reis que elas faziam sempre, sempre, sempre. Este ano, foram feitos dois, mas o problema ocorreu com o preparado por uma das irmãs”, afirmou a comerciante.
Os corpos das vítimas foram velados em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, onde a família residia até maio, antes de se mudar para o litoral devido às enchentes. A comunidade local está abalada com a tragédia, que interrompeu um momento de celebração familiar.
As investigações seguem em andamento, com exames laboratoriais e análise dos materiais recolhidos. A expectativa é que os resultados esclareçam a causa do incidente e, se necessário, responsabilizem possíveis culpados.