Um policial militar foi flagrado atirando à queima-roupa em um homem de 24 anos que filmava uma ação policial na madrugada de quarta-feira (25), em Osasco, na Grande São Paulo. O caso foi registrado por câmeras de segurança da região (vídeo mais abaixo) e está sendo investigado pela Polícia Militar por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), policiais foram acionados para atender uma ocorrência de bloqueio de via pública por moradores. Ao tentarem retirar cones da rua, os agentes foram hostilizados, gerando tumulto.
O episódio
Nas imagens captadas pelas câmeras, é possível ver uma viatura chegando ao local. Dois policiais descem e iniciam uma discussão com os moradores. Um dos agentes já desembarca da viatura com uma arma em punho. Durante o confronto verbal, uma segunda viatura chega, e o jovem baleado começa a gravar a ação com o celular.
Momentos antes do disparo, um dos policiais agride outro homem com um cassetete. A vítima, com o celular em mãos, se aproxima da confusão, e o policial que portava a arma efetua o disparo à queima-roupa. Após o tiro, moradores tentam acalmar os agentes e socorrem o homem baleado, que foi levado ao Hospital Antônio Giglio, em Osasco. O estado de saúde dele não foi divulgado.
Investigação em andamento
A arma utilizada no disparo foi apreendida para perícia, e a SSP informou que “desvios de conduta não são tolerados pela corporação”. A ocorrência foi registrada no 89º Distrito Policial (Jardim Taboão), e um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar os fatos.
A Secretaria também destacou que está analisando as imagens para verificar a alegação de que o jovem tentou tomar a arma do policial, uma conduta que não é claramente visível no vídeo gravado pelas câmeras de segurança.
Contexto legal
O episódio ocorre dois dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar um decreto que restringe o uso de força letal por agentes de segurança no Brasil. As novas diretrizes, que entram em vigor em até 90 dias, determinam que a força letal seja empregada apenas como último recurso.
“Dentro do Estado Democrático de Direito, a força letal não pode ser a primeira reação das polícias. É preciso que se implante, de forma racional, consciente e sistemática, o uso progressivo da força. Só podemos usar a força letal em última instância”, explicou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.