Pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta revolucionária que pode transformar o tratamento de doenças cardíacas. Utilizando microscopia crioeletrônica, uma tecnologia premiada com o Nobel em 2017, cientistas conseguiram observar pela primeira vez como o colesterol LDL (“ruim”) se acumula no organismo e contribui para ataques cardíacos e derrames.
A microscopia crioeletrônica permite capturar imagens de moléculas congeladas, gerando modelos 3D detalhados. Isso possibilitou aos pesquisadores do NIH entender o mecanismo de formação de placas de gordura nas artérias, um processo até então não completamente esclarecido. Essas placas, formadas por depósitos de LDL, inflamam e estreitam os vasos sanguíneos, aumentando o risco de bloqueios que podem interromper o fluxo de sangue ao coração ou ao cérebro.
O estudo é especialmente relevante para pessoas com hipercolesterolemia familiar (FH), uma condição genética que afeta 1 em cada 250 no mundo. A FH causa níveis elevados de colesterol LDL desde o nascimento e aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares precoces. Atualmente, os tratamentos disponíveis, como estatinas, ajudam a controlar o problema, mas a descoberta abre caminhos para novas terapias mais eficazes.
Além de compreender o impacto do LDL, o estudo reforça a importância de uma dieta equilibrada. Segundo especialistas, reduzir a ingestão de gorduras saturadas e trans é essencial para manter níveis saudáveis de colesterol. Alimentos ricos em gorduras insaturadas, como azeite, abacate, peixes e sementes, são recomendados para substituir opções prejudiciais, como manteiga, queijos gordurosos e frituras.
A nova tecnologia marca um avanço significativo no campo da biomedicina, com o potencial de salvar milhões de vidas ao proporcionar uma compreensão mais profunda de como o colesterol LDL funciona e como pode ser combatido de forma mais eficiente.