O STF anunciou que seus prédios passarão por uma varredura completa em busca de explosivos entre a madrugada e a manhã desta quinta-feira, 14, após explosões ocorridas na frente da sede do Tribunal.
O expediente dos servidores foi suspenso até o meio-dia no edifício-sede e nos anexos, onde estão localizados os gabinetes dos ministros. Segundo a assessoria do STF, a situação será reavaliada ao longo da manhã.
As explosões aconteceram por volta das 19h30. Inicialmente, explosivos foram detonados em um carro estacionado próximo ao anexo 4 da Câmara dos Deputados, nas proximidades do STF. Em seguida, houve a detonação de artefatos no corpo do autor do ataque, em frente ao edifício do Supremo.
No momento das explosões, advogados e autoridades que participaram de uma sessão sobre a letalidade das operações policiais no Rio de Janeiro estavam deixando o plenário do STF.
O público presente foi surpreendido pelo barulho e retirado do Supremo pelo subsolo. O edifício-sede foi evacuado e interditado, e os ministros foram removidos em segurança.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira suspendeu as atividades até o meio-dia desta quinta-feira, abrangendo sessões plenárias, reuniões de comissões e demais eventos programados. Lira também solicitou que a Polícia Legislativa investigue as circunstâncias da explosão do carro nas proximidades da Câmara.
Autor das explosões
O dono do carro modelo Kia Shuma, que explodiu na Praça dos Três Poderes, na noite desta quarta-feira (13) foi identificado como o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos (foto abaixo). Segundo a polícia, foi ele que se explodiu no atentado perto do STF (Supremo Tribunal Federal).
O corpo de Francisco ficou completamente desfigurado. O lado direito da cabeça e a mão direita do homem parecem ter sido atingidos pela explosão. Restos mortais dele foram arremessados a metros do corpo.
De acordo com o portal Metrópoles, ele deixou os filhos onde morava, em Rio do Sul (SC), após brigas familiares e seguiu para Brasília (DF), perdendo o contato com parentes.
Nas redes sociais, Francisco escreveu mensagens sugerindo um ataque com bombas contra alvos políticos que ele chama de “comunistas de merda”; ele foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020 em Rio do Sul (SC).
As ameaças eram feitas através de prints de mensagens enviadas para ele mesmo, via WhatsApp. Ele publicou, no início da noite, um anúncio do ataque.
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda: William Bonner, José Sarney, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso… Vocês 4 são VELHOS CEBÔSOS nojentos”, em uma postagem publicada no Facebook; a postagem segue:
“Cuidado ao abrir gavetas, armário, estantes, depósito de matérias etc. Início 17h48 horas do dia 13/11/2024… O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!!!”, prosseguiu.
O acesso a Esplanada dos Ministérios foi fechado após as explosões. A Polícia Civil do Distrito Federal informou que já deu início “às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local”. A PF (Polícia Federal) também vai investigar o caso.