A pedido da Polícia Civil, a Justiça de Araçatuba decretou, nesta segunda-feira (18), a prisão temporária de um professor de artes e dança investigado por abuso contra várias crianças de 7 a 12 anos de idade que estudam em uma escola municipal. As mães relatam que há pelo menos 16 casos, mas, por enquanto, cerca de 10 boletins de ocorrências foram registrados. O caso vem sendo investigado desde outubro, após denúncia por parte de mães de alunos.
O homem, que não teve a identidade revelada pela polícia, é considerado foragido. Ele é funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços à Prefeitura, e atuava em um projeto dentro de uma instituição de ensino infantil. De acordo com mães, os alunos contaram que o professor apalpava o órgão genital das crianças e pedia que elas fizessem o mesmo com ele.
Os abusos teriam acontecido ao longo de meses ou até anos em um quartinho da unidade escolar onde não há monitoramento de câmeras. Três das mães que denunciaram o caso deram entrevista ao RP10. Assista o vídeo abaixo do texto.
Além de atenção, o professor de artes oferecia presentes aos alunos como relógios, roupas e doces. As mães relaram que muitas crianças estão com dificuldade de frequentar a escola, mesmo sabendo que o funcionário não está mais lá. Após a denúncia do caso, a prefeitura de Araçatuba determinou o afastamento do funcionário e abriu uma sindicância para apurar o caso.
Em nota, a prefeitura diz que: “No dia 30 de outubro de 2024, a Secretaria de Educação recebeu denúncia de responsáveis de possíveis atitudes de abuso sexual envolvendo um profissional atuante em projetos desenvolvidos em uma unidade escolar do município de Araçatuba.
Em cumprimento à Lei 13.431/2017 e ao fluxo de encaminhamentos para proteção de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência, instituído pela Resolução COMDICA 05/2022, foi realizada Escuta Especializada no dia 31 de outubro de 2024, visando os encaminhamentos cabíveis. Diante da gravidade dos fatos, a SMC (Secretaria Municipal de Cultura) foi imediatamente notificada e tomou a medida de suspensão preventiva do profissional envolvido, até a apuração completa dos fatos.
Ressaltamos que todas as providências foram adotadas para assegurar a proteção e o cuidado dos estudantes, com os devidos encaminhamentos aos órgãos de defesa e proteção dos direitos da criança e do adolescente vítimas ou testemunhas de violência. A apuração dos fatos está sendo feita pelas autoridades competentes. A SME encaminhou as informações para a corregedoria do município, que também acompanhará o caso“.
Na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), o caso segue sendo apurado em sigilo. As mães e alunos estão sendo chamados para contar sobre os abusos sofridos na escola. O Conselho Tutelar também acompanha o caso. Agora, o funcionário é considerado foragido e está sendo procurado pelas autoridades. Algumas mães dos alunos constituíram advogados para acompanhar o caso.
Veja vídeo com entrevistas de três mães de alunos: