Um adolescente no Canadá está em estado crítico após ser infectado por uma variante do vírus H5N1, causador da gripe aviária. O caso ocorreu em Vancouver e chamou a atenção de especialistas devido a mutações no vírus que podem aumentar sua capacidade de infectar células humanas.
Pesquisadores identificaram que o adolescente contraiu uma cepa de H5N1 com três mutações importantes: duas que facilitam a infecção das células das vias respiratórias humanas e outra que aprimora a replicação do vírus em células humanas. Embora ainda não haja evidências de que o vírus tenha sido transmitido a outras pessoas, as mutações indicam que ele pode estar evoluindo para se adaptar melhor ao organismo humano.
Como o adolescente foi infectado?
Segundo autoridades de saúde, a origem da infecção é desconhecida. O adolescente não teve contato com aves ou animais infectados, nem há sinais de H5N1 em animais domésticos no local onde vive. “Há uma possibilidade real de que nunca descubramos a fonte exata da infecção”, afirmou Bonnie Henry, oficial de saúde pública da província de British Columbia, em uma coletiva de imprensa.
Estamos à beira de outra pandemia?
Até o momento, cerca de três dezenas de contatos próximos do adolescente foram testados, e nenhum apresentou sinais de infecção pelo H5N1. Cientistas ressaltam que, apesar das mutações preocupantes, ainda não há evidências de que o vírus tenha adquirido a capacidade de se transmitir de pessoa para pessoa, característica necessária para desencadear uma pandemia.
Desde 1997, foram registrados aproximadamente 900 casos de H5N1 em humanos em todo o mundo, geralmente associados ao contato direto com animais infectados. No entanto, o caso canadense serve como alerta para a rápida evolução do vírus. Vacinas desenvolvidas anteriormente para o H5N1 estão sendo testadas e podem oferecer proteção caso surja uma nova ameaça global.