O pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, criticou publicamente Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, após ele divulgar um suposto laudo afirmando que Guilherme Boulos (PSOL) teria tido um “surto psicótico grave” após uso de cocaína. Malafaia se manifestou de maneira contundente, chamando Marçal de “bandido” e pedindo sua prisão.
“Esse bandido tem que ser preso! O psicopata do Pablo Marçal forjando documentos contra Boulos para dizer que ele é dependente de drogas. Inadmissível. Não é porque Boulos é o nosso inimigo político que vamos aceitar uma farsa dessa”, escreveu Malafaia em uma rede social na noite de sexta-feira (4). A declaração do pastor veio após Marçal ter publicado o laudo em seu perfil no Instagram, acusando Boulos de dependência química.
Na manhã deste sábado (5), Malafaia voltou a atacar Marçal, chamando-o de “mentiroso contumaz” e utilizando referências bíblicas para reforçar sua posição. “Que caráter cristão é o nosso? Quem apoia mentira está ao lado do diabo (João 8.44); quem apoia a verdade está ao lado de Deus (João 8.32)”, publicou o pastor, criticando as atitudes de Marçal e questionando o caráter do ex-coach e atual candidato.
A acusação feita por Marçal envolveu um laudo supostamente assinado por um médico que já faleceu, além de apresentar outros indícios de falsidade, como erros na grafia do nome da clínica, um número a mais no RG de Boulos e falhas gramaticais, como “por minha atendido”. Após a divulgação do documento, Guilherme Boulos informou que entraria com uma representação contra Marçal, pedindo tanto a cassação de sua candidatura quanto sua prisão.
Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral agiu rapidamente diante das acusações. O juiz eleitoral Rodrigo Marzola Colombini determinou a remoção do conteúdo das plataformas Instagram, TikTok e YouTube, onde Marçal havia publicado o laudo. Na decisão, o juiz reconheceu os indícios de falsidade do documento e apontou a proximidade entre Pablo Marçal e Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica que teria emitido o laudo falso. Silva Junior já foi condenado anteriormente por falsificar diploma de medicina e ata de colação de grau.
A decisão judicial veio em meio a um momento crítico da campanha eleitoral, ocorrendo na antevéspera do pleito municipal. O juiz considerou que a suspensão imediata dos vídeos impugnados era essencial para evitar que informações falsas influenciassem os eleitores.
O documento foi publicado por Marçal em suas redes sociais na noite de sexta-feira, e até a manhã de sábado a maioria dos vídeos já havia sido removida das plataformas. No entanto, uma live em que Marçal apresentava o suposto laudo ainda estava disponível no YouTube durante a manhã, antes de ser retirada do ar. Os advogados de Boulos argumentaram que a acusação não só atingia a integridade do candidato, como também configurava uma tentativa de manipular a opinião pública por meio de desinformação.
Este não foi o primeiro episódio polêmico envolvendo Marçal nas redes sociais durante a campanha. Em agosto, a Justiça Eleitoral já havia determinado a suspensão temporária dos perfis do candidato por uso indevido para monetização, o que levou Marçal a criar contas reservas em plataformas como Instagram, TikTok, YouTube, WhatsApp, Telegram e Gettr.