Em um dos momentos mais conturbados da corrida eleitoral de Araçatuba, a Justiça Eleitoral concedeu uma liminar, nesta sexta-feira (04/10), contra o candidato a prefeito coronel Deocleciano Borella Júnior, após este protagonizar um episódio durante o debate político realizado no último dia 02 de outubro nos estúdios do SBT Interior.
Borella não poupou palavras ao acusar de forma direta seu adversário Filipe Fornari de envolvimento com facções criminosas. Segundo Borella, bastaria “digitar no Google ‘Filipe Fornari PCC’” para confirmar o suposto envolvimento do oponente com o crime organizado.
As falas de Borella incendiaram o debate e se espalharam rapidamente nas redes sociais, gerando revolta e medo na população, que já enfrenta o clima de tensão das eleições municipais. A acusação, sem qualquer fundamento apresentado, levou Fornari a recorrer imediatamente à Justiça Eleitoral, que agiu de forma contundente ao deferir o pedido de tutela de urgência.
Na decisão liminar, o Juiz da 299ª Zona Eleitoral de Araçatuba, destacou que no caso dos autos, numa análise perfunctória dos fatos alegados, verifica-se que a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o perigo de dano (periculum in mora) ou risco ao resultado útil do processo estão evidenciados. A afirmação destacada imputa ao representante candidato ligação ao crime organizado, em especial, facção criminosa, sem qualquer elemento nos autos a dar suporte.
O magistrado determinou a retirada imediata das postagens com as declarações de Borella de suas redes sociais, sob pena de multa de R$ 5.000 por descumprimento.
Os advogados de Filipe Fornari, Flávio Batistella e Daniel Madeira apontaram que é inaceitável que, em pleno processo democrático, candidatos façam uso de artifícios para atingir seus adversários. O uso de acusações infundadas não só mancha a reputação do pleiteante, como também joga um balde de água fria na confiança da população no processo eleitoral.
Além da retirada das postagens, ao final será julgado o pedido para que Borella se retrate publicamente e evitar novas declarações que associem seus adversários ao crime organizado.