O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, declarou nesta quarta-feira que o secretário-geral da ONU, António Guterres, é considerado “persona non grata” e não pode mais entrar no país. Katz afirmou que Guterres será lembrado como “uma mancha na história da ONU”, criticando a postura do secretário em relação aos recentes conflitos envolvendo Israel e o grupo Hamas.
A decisão foi anunciada através das redes sociais, onde Katz criticou a falta de condenação direta por parte de Guterres ao ataque do Irã a Israel. Segundo o ministro israelense, qualquer pessoa que não condene claramente tais ataques não merece pisar em solo israelense. Katz também acusou o secretário-geral da ONU de apoiar organizações como o Hamas, o Hezbollah, os Houthis e o Irã, que ele classificou como “a nave-mãe do terror global”.
Katz fez referência específica aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, destacando que Guterres ainda não teria denunciado de forma suficiente o massacre e as atrocidades sexuais cometidas pelo grupo contra civis israelenses. O ministro também afirmou que, independentemente de Guterres, Israel continuará defendendo seus cidadãos e mantendo sua dignidade nacional.
Em resposta aos ataques de outubro de 2023, Guterres havia condenado os “atos de terror horríveis e sem precedentes” perpetrados pelo Hamas e ressaltou que nada poderia justificar o assassinato e o rapto de civis. No entanto, ele também lembrou que os ataques não ocorreram no vácuo, mencionando os 56 anos de ocupação israelense dos territórios palestinos como um fator a ser considerado no contexto do conflito. Para Guterres, embora o sofrimento do povo palestino não justifique os ataques do Hamas, esses ataques também não podem justificar a punição coletiva contra os palestinos.
A tensão entre Israel e a ONU aumentou em setembro, quando os membros das Nações Unidas apoiaram uma moção não vinculativa pedindo o fim da ocupação israelense dos territórios palestinos da Cisjordânia. A recente decisão de Katz de tornar Guterres “persona non grata” reflete o crescente descontentamento do governo israelense com a postura da ONU em relação ao conflito.