O furacão Milton, que se formou no Golfo do México no último fim de semana, sofreu uma intensificação explosiva, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC). Em apenas quatro horas, na segunda-feira (7), a tempestade passou da categoria 2 para a 5, a máxima na escala de intensidade. Especialistas classificam o fenômeno como um dos mais poderosos já vistos, com potencial para se tornar o pior a atingir a Flórida em um século, de acordo com o presidente Joe Biden.
Nesta terça-feira (8), o furacão perdeu um pouco de força e foi rebaixado para a categoria 4, mas ainda mantém ventos de até 285 km/h e uma ameaça significativa para a costa da Flórida. O NHC alertou que o furacão Milton deve tocar o solo nesta quarta-feira (9), menos de duas semanas após o furacão Helene ter causado destruição e mortes na mesma região.
A área metropolitana de Tampa, com uma população de mais de 3,3 milhões de pessoas, está no caminho direto do furacão e já iniciou evacuações. Longos congestionamentos foram registrados na Interstate 75, com moradores buscando fugir da rota da tempestade. A previsão é de que o Milton enfraqueça ligeiramente ao se aproximar da costa, atingindo a categoria 3 ao fazer landfall, mas seu potencial destrutivo permanece elevado.
Preparação e evacuação em massa
Em resposta à ameaça, o governo da Flórida está organizando a maior operação de evacuação desde o furacão Irma, em 2017. Todos os portos foram fechados nesta terça-feira, e as equipes de resgate estão se apressando para remover os destroços deixados por Helene e preparar abrigos para as pessoas deslocadas. Joe Biden cancelou uma viagem programada para a Ásia a fim de monitorar o avanço do furacão.
Embora o furacão ainda não tenha tocado o solo, ele passou perto da península de Yucatán, no México, onde grandes ondas e ventos fortes foram registrados. O Milton se intensificou rapidamente em águas excepcionalmente quentes no Golfo do México, fenômeno que ajudou a alimentar sua força devastadora. Meteorologistas apontam que o furacão passou por um “olho de alfinete”, um pequeno centro de circulação que acelerou o aumento da velocidade dos ventos.
Impactos e riscos
O furacão Milton é um dos mais rápidos em intensificação já registrados no Oceano Atlântico, com seus ventos aumentando 148 km/h em apenas 24 horas. Isso coloca a tempestade como uma das mais intensas em décadas, atrás apenas de furacões históricos como Wilma, em 2005, e Felix, em 2007. Meteorologistas previam inicialmente que Milton chegaria à categoria 3, mas foram surpreendidos pela rapidez de seu fortalecimento.
A Flórida, que ainda está se recuperando dos estragos causados pelo furacão Helene, enfrenta agora uma nova ameaça com Milton, que pode causar enchentes, quedas de energia e destruição em grande escala. Especialistas alertam que, apesar da pequena queda na intensidade, a tempestade continua altamente perigosa e as áreas mais atingidas podem enfrentar anos de recuperação.
Alerta máximo
O governador Ron DeSantis reforçou os avisos à população, solicitando que as pessoas em áreas de risco sigam as ordens de evacuação e se preparem para o impacto do furacão. A costa oeste da Flórida, especialmente a Baía de Tampa, está em alerta máximo, pois não sofre um impacto direto de um furacão há mais de 100 anos.
O Centro Nacional de Furacões continuará monitorando o avanço de Milton e atualizando as previsões de rota, mas é certo que a tempestade representa uma séria ameaça à vida e às propriedades na Flórida. O último furacão a atingir o continente dos EUA como categoria 5 foi Michael, em 2018, e as autoridades temem que o Milton possa seguir um caminho igualmente devastador.