A fábrica da Innove Química, localizada na Vila Industrial, em Sertãozinho (SP), que sofreu uma explosão na última sexta-feira (11), já havia sido autuada pela Prefeitura duas vezes antes do incidente.
As multas, aplicadas por irregularidades ambientais, somaram R$ 10.107,00 e foram registradas em outubro de 2023 e julho de 2024. As infrações envolveram o descarte indevido de efluentes em via pública e foram comunicadas à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para adoção de medidas.
Tragédia com vítimas e danos estruturais
A explosão, ocorrida por volta das 13h30, provocou a morte de dois trabalhadores, Aparecido Olímpio Bernardino e Estevão Felisberto Campanini, além de deixar três pessoas feridas.
Samuel Bernardino, filho de Aparecido e também funcionário terceirizado, relatou que o fogo começou dentro do depósito e se alastrou rapidamente. Um quarteirão inteiro foi evacuado e 12 casas ficaram interditadas por danos causados pelas chamas.
Depósito em situação irregular
Apesar de ter permissão para operar no local, a fábrica não estava autorizada a manter depósitos de produtos, segundo a Cetesb. A empresa alegou que o galpão envolvido no acidente continha apenas embalagens vazias e clorito de sódio em transbordo.
Após o incêndio, a Innove demoliu os galpões atingidos e realizou a limpeza completa da área, liberando algumas residências para os moradores, enquanto outras devem ser entregues nos próximos 120 dias.
Investigação policial e assistência às vítimas
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar crimes de homicídio, lesão corporal e incêndio, aguardando laudo pericial para esclarecer as causas do acidente. A Innove Química afirma estar prestando assistência às famílias afetadas, mas relatos indicam falhas de segurança, como o manuseio inadequado dos produtos e o uso de EPIs insuficientes.
As investigações continuam, e novas informações são aguardadas para determinar as responsabilidades pelo trágico incidente.