O Juizado de Instrução Nº 3 de Palma de Mallorca condenou, nesta quinta-feira, um torcedor do Mallorca a um ano de prisão por injúrias racistas contra o atacante brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid, e o nigeriano Samuel Chukwueze, ex-Villarreal. O homem também foi proibido de entrar em estádios em competições de futebol na Espanha por três anos.
Os atos racistas ocorreram em fevereiro de 2023, durante partidas da La Liga no Iberostar Estadio, casa do Mallorca, contra o Real Madrid e o Villarreal. Em relação a Vinicius Junior, o torcedor foi flagrado pelas câmeras da “DAZN” gritando ofensas racistas, chamando o jogador de “macaco”. A Justiça espanhola identificou o ato como um delito de ódio.
O atacante brasileiro, que vem sendo alvo frequente de ofensas racistas nos últimos anos, prestou depoimento sobre o caso em abril de 2023, assim como o autor dos insultos. Antes da condenação, o torcedor já havia sido punido com uma multa de 4 mil euros (cerca de R$ 24 mil) e estava suspenso de frequentar recintos esportivos por 12 meses.
O Real Madrid, que atuou ao lado dos jogadores como acusação particular, emitiu um comunicado reafirmando o compromisso de combater o racismo:
“Continuaremos trabalhando para proteger os valores do nosso clube e erradicar qualquer comportamento racista no mundo do futebol e do esporte”, declarou o clube espanhol.
Vinicius Junior tem sido uma das principais vozes na luta contra o racismo no futebol espanhol. Em junho deste ano, a Justiça espanhola decretou pela primeira vez no país uma condenação de prisão por atos racistas nos estádios, envolvendo três torcedores do Valencia que ofenderam o brasileiro durante uma partida no Mestalla, em maio de 2023. Eles foram condenados a oito meses de prisão.
A decisão marca mais um capítulo na batalha do futebol europeu contra o racismo, problema que continua a gerar discussões e ações judiciais dentro e fora dos campos.