O prefeito de Baturité, no interior do Ceará, Hérberlh Mota (Republicanos), é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por utilizar um lança-chamas durante uma carreata de sua campanha eleitoral na última quinta-feira (29). A operação, denominada “Protocolo III”, foi deflagrada na terça-feira (3) e tem como objetivo reunir provas e apreender o equipamento utilizado de forma irregular.
Segundo a PF, o uso do artefato incendiário colocou em risco a integridade física dos moradores de Baturité e representou uma afronta à estabilidade pública, especialmente no contexto eleitoral. “Foi apurado que essa ação temerária está diretamente relacionada ao contexto eleitoral, em que o uso do equipamento incendiário parece simbolizar poder e representar uma afronta à estabilidade pública, que deve ser preservada durante a propaganda política”, afirmou a Polícia Federal em comunicado.
Hérberlh Mota foi eleito prefeito de Baturité nas eleições de 2020, obtendo 36,7% dos votos válidos, e busca seu segundo mandato neste ano. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o declarou inelegível em maio de 2023, por abuso de poder político. O prefeito foi condenado após utilizar as redes sociais da prefeitura para promover a imagem de dois parlamentares que concorriam às eleições de 2022, o que desequilibrou o pleito, segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral.
A defesa de Hérberlh Mota, por meio do advogado Edson Lucas, afirmou que o equipamento utilizado durante o evento de campanha não era um lança-chamas de uso restrito, mas sim um artefato pirotécnico comumente utilizado em shows de artistas. “O prefeito fez uso de um artefato de pirotecnia para animar o evento. Este artefato não é um lança-chamas tal qual o estatuto do desarmamento prevê como de uso restrito”, declarou o advogado.
A investigação continua, e a Polícia Federal busca concluir o inquérito com as informações e provas coletadas durante a operação.