A Polícia Federal (PF) está ampliando os esforços no combate a crimes ambientais, com foco nos incêndios florestais que vêm devastando biomas como a Amazônia e o Pantanal. Atualmente, a PF tem 5.589 inquéritos policiais (IPLs) em andamento sobre temáticas ambientais, dos quais 32 estão diretamente relacionados a incêndios nesses biomas, além de ocorrências no estado de São Paulo, todas iniciadas entre 2023 e 2024.
Como polícia judiciária da União, a PF atua em estreita coordenação com o Governo Federal, governos estaduais e outras forças policiais, dentro dos limites de suas competências. As investigações são conduzidas com base em evidências sólidas, incluindo o uso de imagens de satélite para monitorar os focos de incêndio e identificar suas causas.
Nos próximos passos, a PF enviará peritos especializados às áreas afetadas e utilizará tecnologia avançada para determinar os pontos de origem dos incêndios. A intenção é não apenas identificar os responsáveis diretos, mas também os possíveis mandantes dos crimes. Dessa forma, todos os envolvidos poderão ser responsabilizados de acordo com a lei.
Para fortalecer essas investigações, a PF criou grupos especiais dedicados exclusivamente aos inquéritos nos estados mais afetados, incluindo aqueles onde o funcionamento de aeroportos foi prejudicado pela fumaça dos incêndios.
Outro avanço significativo é o desenvolvimento das perícias ambientais, que não apenas avaliam o dano direto causado pelos incêndios, mas também o impacto na prestação de serviços ecossistêmicos nas áreas devastadas. Esses novos métodos ajudam a quantificar o custo ambiental e a orientar futuras ações de reparação.
As investigações estão sendo coordenadas pela recém-criada Diretoria Amazônia e Meio Ambiente, que tem como objetivo reforçar e priorizar a atuação da PF no combate aos crimes ambientais.
Além das ações imediatas, a Polícia Federal desempenha um papel central no Plano AMAS: Amazônia, Segurança e Soberania, que visa fortalecer a segurança pública na Amazônia Legal. Parte fundamental desse plano é a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI-Amazônia), coordenado pela PF, que reunirá oficiais de diversos países e representantes das secretarias de segurança pública dos nove estados da Amazônia Legal, além da SENASP e da PRF. Esse centro será crucial para a cooperação internacional e a implementação de estratégias governamentais voltadas para o combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ambientais.
A atuação da PF será orientada pelo Programa Estratégico de Segurança Pública da Amazônia (PESPAM) e pelos Planos Táticos Integrados de Segurança Pública da Amazônia (PTIs Amazônia), que foram elaborados em conjunto pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e os nove estados da Amazônia Legal. Esse novo sistema visa zerar o desmatamento ilegal e promover a segurança ambiental na região.