Em entrevista à TV TEM, Patrícia Alessandra Pereira de Almeida, mãe da adolescente Giovanna Pereira Caetano de Almeida, encontrada morta oito meses após desaparecer, revelou que havia pedido à filha que se afastasse do empresário Gleison Luís Menegildo, acusado de envolvimento na morte da jovem. Patrícia, de 39 anos, contou que, ao descobrir que a filha estava em contato com Gleison, a advertiu para não se envolver, destacando a diferença de idade entre eles.
Giovanna, de 16 anos, foi encontrada enterrada em uma propriedade rural em Nova Granada, interior de São Paulo, após uma denúncia anônima. Ela estava desaparecida desde 21 de dezembro de 2023, quando saiu de casa para uma entrevista de estágio. Gleison Luís Menegildo confessou ter enterrado o corpo da adolescente e revelou à polícia que a conheceu por meio de um aplicativo de relacionamento. Segundo seu depoimento, os dois se encontraram pela primeira vez há cerca de 15 meses, e a jovem voltou a procurá-lo sete meses depois, pedindo um emprego.
Patrícia revelou que, ao encontrar mensagens trocadas entre a filha e o empresário, expressou preocupação com a relação. “Eu peguei no celular dela ela conversando com ele. Eu até chamei atenção. Falei: ‘filha, esse cara tem mais de 30 anos, 30 e poucos anos, e você tem 16 anos… Não precisa disso'”, relatou a mãe. Ela também compartilhou que a filha admitiu ter saído com Gleison e que ele havia oferecido dinheiro a ela, o que foi motivo de uma discussão entre as duas.
A mãe acredita que Giovanna foi forçada a consumir drogas e suspeita que a adolescente tenha sido vítima de outros crimes além da ocultação de cadáver. “Ele confessou que a cocaína era dele, ou seja, não era dela. Ela não usava cocaína. Então, eles drogaram a minha filha. Estavam os homens lá, por que nenhum chamou o Samu, se tinha uma criança passando mal?”, questionou Patrícia, visivelmente abalada.
Patrícia expressou indignação com a liberação de Gleison e do caseiro Cleber Danilo Partezani, que ajudou a enterrar o corpo, após o pagamento de uma fiança de R$ 22 mil. “Passaram oito meses para aparecer uma denúncia anônima. Não tem como saber se ela teve estrangulamento, não tem como fazer exame toxicológico, não tem como saber se ela foi estuprada… Ou seja, eles se eximem de todos os crimes. Agora é só ocultação de cadáver, que são três anos”, lamentou a mãe.
A mãe da adolescente pede mais rigor nas investigações e afirma que precisa de respostas para finalmente encerrar esse capítulo doloroso. “Eu quero saber a verdade. Foi muito bem arquitetado, mas eu preciso saber. Eu preciso saber o que aconteceu. Eu preciso que cada um tenha a responsabilidade dos seus atos.”
Depoimento do empresário
De acordo com o relato do empresário, sete meses após o primeiro encontro, Giovanna o procurou pedindo um emprego. Ele então sugeriu que ela levasse seu currículo para análise em sua empresa, localizada em São José do Rio Preto (SP). Foi nessa ocasião que os dois se encontraram novamente, culminando nos trágicos eventos que resultaram na morte da jovem.
Segundo o empresário, após a entrevista de estágio, a adolescente começou a usar drogas. Gleison afirmou que saiu para comprar bebidas e, ao retornar, encontrou um funcionário da empresa em um momento íntimo com a jovem. Pouco depois, a adolescente teria passado mal após supostamente consumir cocaína, o que levou à sua morte.
Em seu depoimento, Gleison disse ter colocado o corpo da adolescente em sua caminhonete e, inicialmente, considerado jogá-lo em um rio na região de Macaúba, em Mirassolândia (SP). No entanto, ele mudou de ideia e decidiu enterrar o corpo na propriedade rural que arrenda em Nova Granada, com a ajuda do caseiro Cleber Danilo Partezani.
Encontro do corpo
O corpo de Giovanna Pereira Caetano de Almeida foi encontrado enterrado em um sítio na cidade de Nova Granada, interior de São Paulo, na última terça-feira (27). A jovem estava desaparecida desde 21 de dezembro de 2023, quando saiu de casa para uma entrevista de estágio. A descoberta foi feita após uma denúncia anônima, levando a polícia militar até a propriedade rural onde a ossada foi localizada.
Os policiais foram até o local e abordaram o caseiro, que confirmou a informação sobre o corpo e levou os policiais até o ponto onde ele foi deixado. Em depoimento, o caseiro alegou que abriu a vala sem saber que seria usada para ocultar um cadáver. Cleber afirmou à polícia que só foi informado sobre o conteúdo do que estava enterrando após o ato, sendo ameaçado por Gleison para que não revelasse a ninguém.