Vinícius Eduardo da Silva Morais, 24 anos, assassinado a tiros na noite de quarta-feira (24) no bairro São José, zona oeste de Araçatuba, havia sido detido três dias antes por policiais militares, portando um telefone celular avaliado em mais de R$ 10 mil que havia sido furtado no sábado em Penápolis. Ele chegou a ser levado à delegacia e foi liberado pelo delegado plantonista.
No domingo os policiais cabos Gleyson e Rodrigo estavam a caminho de uma ocorrência no conjunto habitacional Beatriz, e quando passavam pelo cruzamento das ruas Fundador Paulino Gato com a Veridiana Maria de Jesus, perceberam que um jovem, ao ver a viatura, saiu correndo com a mão na cintura.
Vinicius foi detido no interior de um bar e não tinha nada de ilícito. Sobre o balcão os policiais viram um saco plástico, onde em seu interior havia o celular Iphone 15 embrulhado em um papel alumínio. Os PMs viram o momento em que o rapaz deixou o embrulho sobre o balcão.
Ele alegou inicialmente que o aparelho lhe pertencia. Quando os policiais pediram que fizesse o desbloqueio, o jovem mudou a versão, disse que estava em uma balada e houve uma briga e no tumulto aproveitou pra se apossar do aparelho, e de imediato retornou para Araçatuba com o aparelho envolto em papel alumínio pra bloquear o sinal.
A vítima esteve no plantão policial e recebeu a aparelho de volta. Após registro da ocorrência, Vinicius foi liberado pela autoridade plantonista.
Três dias depois ele foi vítima de homicídio próximo ao local da abordagem. A vítima estava pelo local quando o atirador chegou em um carro branco e efetuou vários disparos. De acordo com o boletim de ocorrência, no corpo da vítima havia seis perfurações, sendo três no abdome, um no tornozelo esquerdo, um na coxa esquerda e um na sola do pé direito. No local a polícia encontrou 17 cápsulas deflagradas e uma intacta, de calibre 9 milímetros, e cinco fragmentos.
Também foi apreendido um revólver de calibre 38 com seis munições intactas, que estava embaixo do corpo de Morais. Próximo ao cadáver havia dois pinos contendo cocaína.
Outros casos
Este foi o terceiro assassinato no São José em menos de uma semana. O bairro também teve duas tentativas de homicídio no mês de julho, e a polícia investiga também se há alguma relação entre os casos.
Na noite de domingo Kaoan Gabriel Inácio Pereira, 20 anos e Matheus Henrique Pereira dos Santos, 24 foram assassinados a tiros próximo ao local onde Vínícius Morais foi morto nesta quarta-feira. Na ocasião, Taís Vieira Matos, 20 anos, levou dois tiros e sobreviveu ao ataque.
A Polícia Civil está investigando o caso. De acordo com relato da sobrevivente, ela estava na parte da frente de sua casa, na rua Fundador Paulino Gato, com o primo Kaoan e o Sobrinho Matheus, quando o atirador chegou repentinamente efetuando os disparos, e após atingir as três vítimas, fugiu do local. Ele estaria na garupa de uma moto cujo condutor ficou esperando com o veículo ligado.
De acordo com o boletim de ocorrência, Kaoan foi atingido no tórax, perna esquerda, ombro e braço direito. Matheus foi alvejado no ombro esquerdo e direito e a moça foi atingia na nádega e uma das pernas.
As três vítimas foram socorridas por populares. Matheus foi levado à Santa Casa e Kaoan e a moça ao pronto-socorro municipal. Os dois jovens não resistiram aos ferimentos. A moça foi transferida posteriormente à Santa Casa.
Tiro nos pés
No último dia 12 um homem foi alvo de tentativa de homicídio também na rua Fundador Paulino Gato, em frente a um estabelecimento comercial. Na ocasião ele levou um tiro em cada pé, e foi socorrido por populares.
Tensão
Os crimes estão deixando um clima de tensão no bairro e a lei do silêncio impera no local. Moradores evitam falar sobre os casos e até pessoas que possam ter visto alguma coisa, com medo, acabam se omitindo.