O hacker Patrick César da Silva Brito, que é de Araçatuba e estava preso na Servia, para onde viajou em busca de asilo após fazer denúncias contra alguns policiais civis de Araçatuba e ser investigado por espionagem e invasão de dispositivos eletrônicos, conseguiu asilo naquele país e terá de volta seu passaporte.
De acordo com portal Contraponto, Patrick explicou que, segundo sua defesa, foi considerado que não havia garantia de vida, que não foi respeitado o processo legal em seu caso e que as prisões no Brasil são desumanas.
Agora, com o asilo, além de ter o passaporte de volta ele terá o nome excluído da lista da Interpol. O hacker está na Sérvia desde março de 2021 e ficou preso um ano naquele país.
Patrick passou a ser investigado depois que o e-mail do prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), foi invadido, em dezembro de 2020. Na ocasião, as redes sociais da primeira-dama, Deomerce Damasceno, também foram invadidas. Em seguida o casal passou a receber mensagens com pedido de R$ 70 mil para que não fossem divulgadas informações sobre eles.
Durante as investigações, o hacker confessou as invasões de contas, mencionou outras autoridades que ele também fez espionagem e passou a entregar pessoas que contrataram seus serviços, incluindo políticos de Bauru, acusando pessoas ligadas à prefeita Suéllen Rosim e também passou a fazer acusações envolvendo policiais civis, incluindo um delegado.
Patrick revelou que prestava serviços de espionagem hackeando contas de pessoas a pedido de um delegado da Polícia Civil, investigado pela Corregedoria com outras membros de sua equipe. A maioria das invasões foram feitas em pessoas investigadas na “Operação Raio-X”, que investigou desvios de recursos públicos na área da saúde, resultando em diversas prisões e apreensões.
Em Bauru o caso virou uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) que apura o caso de invasão em contas de pessoas que seriam oposição à prefeita, além de um jornalista. Em relação as denúncias contra policiais civis, a Corregedoria de Polícia está apurando o caso, que já chegou ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite e ao governador Tarcísio de Freitas.