O saldo da aplicação na caderneta de poupança subiu pela segunda vez no ano, com o registro de mais depósitos do que saques no mês de maio. As entradas superaram as saídas em R$ 8,2 bilhões, de acordo com relatório divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Banco Central (BC).
No mês passado, foram aplicados R$ 362,5 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 354,3 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas de poupança somaram R$ 5,2 bilhões, resultando em um saldo total de R$ 993,3 bilhões.
Em contraste, no mês anterior, abril de 2024, houve uma saída líquida (mais saques que depósitos) de R$ 1,1 bilhão. Janeiro e fevereiro também registraram saídas líquidas de R$ 20,1 bilhões e R$ 3,8 bilhões, respectivamente. Em março, o resultado foi positivo, com R$ 1,3 bilhão a mais em depósitos do que saques.
O resultado positivo de maio deste ano também se destaca quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando os brasileiros sacaram R$ 11,7 bilhões a mais do que depositaram na poupança.
Diante do alto endividamento da população, em 2023 a caderneta de poupança teve uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões. Esse resultado foi menor do que o registrado em 2022, quando a fuga líquida atingiu um recorde de R$ 103,24 bilhões, em um cenário de alta inflação e endividamento.
Os saques na poupança são influenciados, também, pela manutenção da Selic – a taxa básica de juros – em alta, o que estimula a aplicação em investimentos com melhor desempenho. De março de 2021 a agosto de 2022, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário iniciado em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.
Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC começou a cortar a Selic. Atualmente, a taxa básica está em 10,5% ao ano, mas, com as expectativas de inflação acima da meta e em meio a um cenário macroeconômico desafiador, a autoridade monetária arrefeceu a redução dos juros.
Em 2021, a retirada líquida da poupança chegou a R$ 35,49 bilhões. Já em 2020, a caderneta havia registrado uma captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões, resultado da instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e do pagamento do auxílio emergencial, depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.