Geraldo Eulálio Coelho, um dos decanos do jornalismo araçatubense, faleceu na madrugada desta terça-feira (4), na Santa Casa de Araçatuba (SP), onde estava internado desde a última sexta-feira (31). Ele tinha 78 anos e vinha lutando contra um câncer descoberto havia três meses.
Nascido em Cafelândia (SP), Geraldinho, como era chamado, mudou-se para Araçatuba na década de 1970. Teve uma brilhante carreira como jornalista, profissão que exerceu durante 55 anos.
Sua formação autodidata se deu nas várias redações por onde passou, aproveitando-se do seu dom inato para farejar a notícia e transformá-la em reportagens. Considerado um profissional multifacetado, teve passagens pelo jornal impresso, rádio e televisão, além de assessoria de imprensa.
Foi um profissional combatente que lutou contra a censura e pelos direitos dos colegas jornalistas. Trabalhou nas redações do jornal A Notícia, de São José do Rio Preto e como correspondente de O Estado de SP. Também atuou nos jornais araçatubenses Folha da Região, A Comarca, Folha da Manhã e Jornal da Cidade, estes três últimos já extintos.
Foi o precursor do jornalismo televisivo em Araçatuba, atuando na antiga afiliada Rede Globo Noroeste Paulista, na década de 1980. Na época, trabalhou com o jornalista e apresentador Britto Jr. Na rádio, teve um programa na Difusora local.
No jornalismo, foi colega de nomes como José Hamilton Ribeiro, João Albano. J. Hawilla, Luciano do Vale e Amauri Jr, com quem atuou junto em diferentes veículos.
Também atuou como assessor de imprensa dos ex-prefeitos de Araçatuba Sidnei Cinti, Domingos Andorfato, Germínia Venturolli e Jorge Maluly Netto. Trabalhou, ainda, como assessor parlamentar do então vereador Édipo Pereira.
Múltiplo e combatente
Se tinha habilidades para atuar em diferentes mídias, era também talentoso para produzir matérias em editorias variadas, de polícia a política, de esporte a economia.
O jornalista Chico Siqueira, que trabalhou com Geraldo, conta que ele foi de extrema importância para a valorização da profissão.
“Ele lutou muito pela classe, pelos salários dos jornalistas”, afirmou. Para ele, Araçatuba perde a maior personalidade do jornalismo araçatubense. “Com a partida do Geraldinho, Araçatuba não perde apenas um jornalista. Perde uma parte da história do jornalismo”, lamentou.
O fotógrafo e jornalista Angelo Cardoso, que também trabalhou com Geraldinho, destaca o companheirismo do amigo. “Ele não gostava de injustiças, era um visionário e excelente pauteiro”.
O filho do jornalista, o vigilante Hamilton César Coelho, diz que o maior exemplo que seu pai deixa é o da humildade e honestidade, além do bom humor que lhe era peculiar e a sua risada rouca.
Geraldo Eulálio Coelho deixa a esposa, Fátima, e os filhos Hamilton, Adriana e Rosângela, além dos netos.
O velório será na capela da Funerária Cardassi da avenida Prestes Maia, a partir das 13h30 desta terça-feira. O sepultamento está marcado para as 9h desta quarta-feira (5), no Cemitério Recanto de Paz, no bairro Rosele, em Araçatuba.