Cinco adolescentes atacaram com pedras, tijolos e pedaços de madeira um cachorro da raça pinscher, chamado Moleque, na cidade de Presidente Prudente, interior de São Paulo. No dia 10 de junho, a tutora do cão, Priscila Pereira, estava indo até a casa de sua mãe, que fica próxima de sua residência, acompanhada de seus dois cães, Menina e Moleque, quando o incidente aconteceu.
Durante o trajeto, Moleque se assustou com o barulho de uma motocicleta e escapou. Priscila, que é cadeirante, pensou que o cão retornaria para casa sozinho, como de costume, e continuou seu caminho com Menina, que é um cadela idosa e doente. Ao deixar Menina na casa de sua mãe e refazer o trajeto, Priscila encontrou Moleque gravemente ferido, se arrastando. O cão apresentava diversos ferimentos nas costas e o intestino estava exposto.
Priscila levou imediatamente Moleque ao veterinário, mas ele não resistiu e faleceu no dia seguinte. Inicialmente, a tutora pensou que os ferimentos tinham sido causados por outro cão, mas ao revisar as imagens da câmera de segurança de sua casa, ela descobriu que quatro a cinco adolescentes atacaram o cachorro. As imagens mostram os adolescentes gritando e atirando pedras, tijolos e pedaços de madeira contra o animal. Além disso, um cachorro de médio porte também aparece nas imagens, latindo contra Moleque, e acredita-se que tenha participado do ataque.
Priscila relatou ao g1 que os adolescentes frequentemente se reuniam em frente à sua casa e que, na noite anterior ao ataque, ela ouviu conversas perturbadoras entre eles, ensinando como matar. Ela descreveu Moleque como um cão dócil, que costumava fugir quando estranhos tentavam tocá-lo, mas que também era muito leal e protetor.
“Ele era bonzinho, as crianças pintavam aqui na frente, ele não latia nem nada. Ele só tinha medo que encostasse nele. Eu não sei se ele era idoso, ele era meio doloridinho, então, ele não gostava muito que estranhos encostassem nele, ele fugia e sempre ia pro meu colo”, disse.
Justiça
A tutora pediu justiça e conscientização sobre a violência contra animais. “A única coisa que eu quero é que seja feita justiça, porque não foi um acidente e ele não estava fazendo algo contra ninguém. Que as pessoas sejam conscientizadas, que tenham conscientização através disso. Não é correto eles [adolescentes] fazerem isso. Não se agride um animal, não colocam um cachorro maior para agredir um animal pequeno, inofensivo”, desabafou Priscila.
O caso foi registrado pela polícia e, conforme explicou o delegado Deminis Salvucci, assim que identificada a autoria, será encaminhado para o Ministério Público da comarca. Os adolescentes poderão responder pelo ato infracional equiparado aos maus-tratos, conforme previsto no artigo 32 da Lei Federal nº 9.605, que tipifica o crime de maus-tratos a animais domésticos.