Em meio às consequências devastadoras das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, uma situação inusitada veio à tona através das redes sociais. Graziela Sanchez, uma escritora gaúcha, relatou que seu pai foi cobrado pelo proprietário do imóvel onde reside sobre o pagamento do condomínio de um prédio atualmente inundado e potencialmente condenado. O incidente foi compartilhado em um post no X (antigo Twitter) na última quinta-feira, 9 de maio.
“Acabaram de ligar para meu pai, perguntando se ele tinha uma previsão para pagamento do condomínio do prédio que está inundado, que não sabemos quando vamos poder acessar e nem sabemos se a estrutura não foi arruinada e se o prédio está condenado”, escreveu Sanchez em seu post, expressando sua incredulidade e frustração com a situação.
Segundo Sanchez, a resposta de seu pai foi definitiva e refletiu o sentimento de indignação que muitos podem sentir em circunstâncias semelhantes. “Meu pai respondeu que nunca mais vai pagar”, declarou ela. Nos comentários da publicação, muitos internautas expressaram sua solidariedade e repúdio à atitude do proprietário, destacando o absurdo da situação em um momento de crise.
A gravidade do contexto em que essa cobrança ocorre é amplificada pelos números alarmantes de desastre no estado. Segundo o mais recente boletim da Defesa Civil estadual, divulgado às 9h desta segunda-feira, 13 de maio, o número de pessoas que estão temporariamente morando em abrigos chegou a 80.826, enquanto mais de 538.241 gaúchos estão desalojados devido às fortes chuvas que persistem há duas semanas.
O desastre afetou cerca de 90% do estado, impactando diretamente ou indiretamente mais de 2,11 milhões de pessoas. Os eventos climáticos extremos já resultaram em 147 mortes, com 127 pessoas ainda desaparecidas, além de 806 feridos e resgates que incluem mais de 10.814 animais domésticos e silvestres.