AEA! AGORA VAI!
Todo time (e de qualquer cidade) tem ícones, lendas e sopapos. A Associação Esportiva de Araçatuba não é diferente.
Atualmente, o time ressurgiu na série C da Federação Paulista de Futebol. O time está fazendo ótima campanha e a torcida está entusiasmada.
Presenciei, como vereador da época, e votei contra, a Prefeitura de Araçatuba repassar dinheiro público para a AEA, um time profissional. A prefeitura deve investir recursos no esporte amador. Hoje, fazer repasse para o esporte profissional é proibido pela Constituição.
No passado os políticos não muito confiáveis eram os cartolas do time. Há até uma lenda de uma Brasília (veículo) cheia de dinheiro do time, resultado de uma arrecadação de jogo, que pegou fogo em cima dos trilhos do trem. O dinheiro foi o primeiro a ser queimado.
Atualmente, na torcida, há gente desconfiada. Os negativistas afirmam que todo ano eleitoral no município a AEA ressurge, terminada a eleição, desaparece novamente. Os otimististas dizem: “Agora vai!”. Enquanto os céticos pescoçam por cima do muro, torcendo contra.
Vendo a torcida entusiasmada, como cronista, me sinto na obrigação de escrever alguma coisa. Estou percebendo que o time está começando debaixo, obedecendo aos degraus da escada, sem querer entrar por cima, no tapetão. Isso dá credibilidade.
O atual presidente, o Careca (Vlademir Poerske), é um empresário do esporte, entende do assunto. Só resta saber se o CNPJ é de uma empresa ou de uma ONG. Araçatuba havia tentado se projetar nos esportes com a antiga AEA e com o Vôlei Futuro. Estamos tentando novamente com o futebol. Tomara que dê certo.
POR QUE USO CHAPÉU
O imbecil se apresenta a qualquer momento. Fui comprar um engradado de romarinho, minigarrafa. No supermercado, entreguei no guichê apropriado os vasilhames. Recebi um vale. No caixa, não achei o papelzinho. Aí eu me lembrei de que durante a compra achei um papel do Rondon no bolso da calça. Pensando ser uma nota de compra anterior, amassei, fiz uma bolinha e joguei fora. Era o vale dos vasilhames. A supervisora foi chamada, olhou na minha cara, fez um muxoxo, foi buscar cópia do vale. A funcionário que recebeu os vasilhames gritou:
-É do cara de chapéu!
Cerveja da semana salva. E o chapéu novamente foi meu herói. Ela não falou velho, barrigudinho, cabeça branca.
Eu me impus um castigo: vai escrever sobre o assunto. Estou eu aqui cumprindo o prometido. Imbecil!
O MUNDO MUDOU, E O MACHÃO NÃO PERCEBEU
O machão só dava panelas, utilidades domésticas como presentes para mulheres em seus aniversários. Flores, nem pensar.
Uma toalha de mesa, uma tábua de passar roupa. Para exagerar, uma fritadeira elétrica air fryer. Como se fossem objetos de uso pessoal, como se fossem deixa-la mais cheirosa.
O mundo rodou, a mulherada se reforçou do seu lado e o machão não percebeu, ficou desconectado. Agora, a coisa virou, o comando é outro. O machão ganhou em seu último aniversário, como vingança: um vassourão para varrer calçada e quintal, bem pesadão. Lascou-se.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP