O papa Francisco usou um termo considerado pejorativo à comunidade LGBT ao reiterar, em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, que homossexuais não deveriam ter permissão para se tornar padres, afirmaram reportagens da imprensa italiana nesta segunda-feira (27).
O La Repubblica e o Corriere della Sera, diários de maior circulação da Itália, citaram o papa dizendo que seminários, ou colégios de sacerdócio, já são cheios de “frociaggine”, um termo italiano considerado vulgar que, em tradução livre, seria equivalente a “bichice”. O Vaticano não respondeu a pedidos de comentários sobre o ocorrido.
O La Repubblica atribuiu sua reportagem a várias fontes não especificadas, enquanto o Corriere afirmou que a sua se baseou em alguns bispos não identificados. Estes bispos sugeriram que o papa, sendo argentino, pode não ter percebido que o termo em italiano utilizado é ofensivo.
O site de fofoca política Dagospia foi o primeiro a publicar sobre o suposto incidente, que teria ocorrido em 20 de maio, quando a Conferência de Bispos Italianos abriu uma assembleia de quatro dias com uma reunião privada com o pontífice.
Francisco, de 87 anos, vinha recebendo créditos por liderar a Igreja Católica Romana com uma abordagem mais acolhedora à comunidade LGBT. Em 2013, no começo do seu papado, ele disse: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”.
No ano passado, ele permitiu que padres abençoassem casais do mesmo sexo, provocando uma forte reação conservadora.