O músico araçatubense Paulo Belúcio Nogueira, 59 anos, mais conhecido como Paulinho Belúcio, faleceu na madrugada desta terça-feira (7), após lutar contra uma rara leucemia, doença com a qual conviveu por mais de uma década.
Talentoso e dedicado, Paulinho deixou consternado o meio artístico, os amigos e o público que admirava o seu trabalho, com a partida precoce.
Apaixonado por música, começou a tocar violão ainda criança. Participou de muitas edições do Fico (Festival Interno do Colégio Objetivo), entre o final da década de 1970 e início da de 1980. Nas competições musicais, descobriu-se um talentoso compositor, conquistando muitos prêmios.
Fábrica da Arte
Depois, foi estudar em São Paulo, onde tocou profissionalmente e gravou algumas músicas que mais à frente seriam gravadas pelo grupo Fábrica da Arte, criado em 1997, por Paulinho, Márcio Kadá, Val Carvalho e Rico Belúcio.
Juntos, fizeram um trabalho autoral independente, premiado internacionalmente, que encantou e ainda encanta o público com sua poesia e harmonia. A banda gravou três CDs, todos autorais: “Fábrica da Arte”, em 1999; “Matinal”, em 2003, e “O Tempo é estrada”, em 2007.
“O Paulinho sempre foi um ídolo da turma, era o compositor mor, cada composição sua era um presente para nós”, afirma Kadá, muito emocionado com a partida do amigo com quem conviveu por mais de 40 anos. “Ele era sensato, ético, organizado, sempre zen”, completou.
A Fábrica encerrou suas atividades em 2009 e teve várias formações, que incluem Osvaldo Martins, Pedro Guinle, Pepa, Querô, Rico Belúcio, Val Carvalho, além de Kadá e Paulinho, estes dois sempre presentes.
Projetos Musicais
Com o fim da banda, Paulinho continuou a participar ativamente da cena musical araçatubense. Além de continuar compondo, idealizou vários projetos musicais e produziu o disco “Tudo é Bom”, da cantora Talita Rustichelli, e também a banda “Balaio de Vó”.
Nos últimos anos, fazia dupla com o músico Elvis Dean. Os dois se apresentavam em bares e eventos, com um repertório que ia do samba ao rock.
Antes de Paulinho adoecer, eles estavam ensaiando músicas dos Beatles, mas tiveram de adiar o projeto.
“Estou meio sem chão. Só tenho lembranças boas do Paulinho, era muito caprichoso para fazer os arranjos, para tocar o violão, me ensinou muito”, afirmou. “Às vezes, era meio paizão, talvez por ser mais velho, e demos muitas risadas juntos”, completou
O último trabalho autoral de Paulinho foi o disco “Praia do Sossego”, lançado no ano passado. O álbum pode ser conferido nas principais plataformas digitais e também no YouTube.
Além de músico, Paulinho era analista da Receita Federal, onde ingressou por meio de concurso público.
Ele deixa a esposa, Carminha, e os filhos Luísa, Raul e Raquel.
O velório do Paulinho será na Cardassi da Avenida Saudade, das 15h30h às 19h30 desta terça-feira (7). Em seguida, o corpo será encaminhado para cremação.