Moradores do Residencial Aimoré, em Araçatuba (SP), sofrem com a falta de infraestrutura e de segurança no local, que fica na estrada municipal Caram Rezek, s/nº, no bairro Chácaras Paraíso. Para começar, os ônibus da TUA (Transportes Urbanos Araçatuba) não entram no conjuunto habitacional, que ainda sofre com a falta de iluminação e o matagal no entorno.
Das 285 casas construidas, 266 foram entregues no ano passado. Quase 12 meses após terem se mudado para as novas residências, os moradores ainda enfrentam problemas. Para pegar a condução até o trabalho ou escola, eles precisam esperar (ou descer) na pista, que não tem acostamento. O problema se agrava à noite, por causa da escuridão.
A vendedora Jenifer Caroline Cassita Pardin, vendedora, 28 anos. tem dois filhos, uma de 2 anos e outro de 9 meses. Para levar a mais velha para a escola, ela precisa atravessar a pista com as crianças, um no colo e a outra pela mão, e seu maior receio é de atropelamento. Sem contar o transtorno de ter de enfrentar sol e chuva à espera dos veículos.
“Como o ônibus não entra no bairro, a gente precisa se sujeitar a isso. Esses dias, meu bebê passou mal à noite e precisei levá-lo ao pronto-socorro municipal. Foi muito difícil, porque estava escuro, fiquei com muito medo de ser atropelada com as crianças, porque ali passa muito caminhão”, contou.
Jenifer conta, ainda, que seu esposo enfrenta o perigo todos os dias, pois vai de bicicleta para o trabalho, no Jardim do Prado. Ao retornar, no início da noite, já está tudo escuro, e a pista não tem acostamento.
Quem também sofre com a situação é a comerciária Jocimara Ferreira, 31 anos. Ela trabalha no depósito de bebidas que sua irmã montou no bairro e precisa pegar o ônibus duas vezes ao dia.
“Antes, o motorista nem me via quando eu ficava na pista esperando. Eu tinha que ligar a lanterna do celular para mostrar que estava ali. Agora, já avisei o motorista que estarei todos os dias naquele horário para pegar o ônibus, mas a escuridão continua”, disse.
Outro transtorno é que ela, assim como os demais moradores que dependem do transporte público, precisam caminhar de casa até a pista, chegando a andar até 15 minutos sob o sol ou a escuridão, dependendo da localização da casa, já que os õnibus não entram no residencial.
“Isso é perigoso, porque, para quem mora no meio do bairro, fica muito longe. E há gente idosa, criança, que precisam enfrentar sol e chuva, além da falta de iluminação na entrada e saída do bairro, na rotatória”, afirmou.
Uma moradora que pediu para não ser identificada reclama do mato na entrada do bairro, o que dá um aspecto de abandono. Ela também relata que há muitas casas abandonadas no local, com mato alto e sujeira, o que favorece o surgimento de animais como ratos e escorpiões.
PREFEITURA
Questionada, a Prefeitura de Araçatuba informou que a responsabilidade da iluminação é da empresa API Construtora e Incorporadora Ltda, responsável pelo empreendimento.
Sobre o mato, a administração municipal disse que a Sosp (Secretaria de Obras e Serviços Públicos) faz a limpeza na entrada de acesso ao bairro de forma rotativa e retornará o mais breve possível.
“Quanto à parte interna do condomínio é de responsabilidade da construtora”, destacou o secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Ernesto Tadeu Consoni.
Em relação aos ônibus, Consoni afirmou que não há linhas que adentram o empreendimento, porque a área não se encontra regularizada perante os órgãos competentes, o que seria também responsabilidade da construtora.
CONSTRUTORA
A reportagem entrou em contato com a construtora API Construtora e Incorporadora Ltda, que tem sede em São Carlos (SP), e aguarda o seu posicionamento a respeito dos problemas enfrentados pelos moradores.