Um bandido em uma moto foi atropelado por uma caminhonete enquanto tentava roubar uma enfermeira na tarde de terça-feira (14), na Avenida Levindo de Souza, em Uberlândia, Minas Gerais. A ação foi flagrada por câmeras de segurança (veja mais abaixo) da via.
A Polícia Militar (PM) informou que o motorista do veículo passou pelo local e percebeu que a mulher estava nervosa enquanto conversava com o ladrão. Ele parou e perguntou se estava tudo bem, quando o assaltante levantou a camisa para exibir uma pistola e disse: “Vaza fora se não quiser levar chumbo”. Nas imagens, é possível ver o momento em que o motorista da caminhonete finge que vai embora, mas acelera em marcha ré contra o ladrão e o atropela.
Após sair debaixo do carro, o bandido se levantou e sacou a arma que estava na cintura. Mancando, ele não atirou contra as vítimas e fugiu em direção à BR-365. O celular da mulher não foi roubado e, segundo ela, não ficou danificado. Em depoimento para a polícia, a enfermeira contou que no momento em que foi abordada pelo assaltante, tinha acabado de sair do trabalho.
Vídeo
O motorista da caminhonete relatou que o bandido aparentava ter entre 40 e 50 anos, usava uma máscara e, no momento da fuga, deixou no local um óculos de sol e um celular, apreendidos pela polícia. Em entrevista ao g1, ele disse que não pensou duas vezes em fazer algo ao perceber o nervosismo da vítima. “A gente precisa ter coragem e amor ao próximo. Passamos por uma pandemia e parece que ninguém aprendeu a ter empatia. Não dá para passar por situações como essa e não fazer nada, poderia ser alguém da minha família”, afirmou.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito, o atropelamento do assaltante deve ser apurado por inquérito. Se for comprovado que Luciano agiu em legítima defesa de terceiros, ele não deve responder por crime algum. Luciano contou que mora no mesmo bairro onde o crime foi registrado, assim como a vítima. “Na hora eu pensei que seria algo que poderia acontecer com a minha esposa, porque ela tinha acabado de sair para ir à academia. A moça estava muito nervosa, quando eu perguntei para ela se estava tudo bem, ela nem conseguiu responder”, relembrou.
Luciano também contou que não é a primeira vez que age em situações como essa. Segundo ele, em fevereiro, ajudou a impedir um assalto que aconteceu no Centro de Uberlândia. “Depois de atropelar, eu saí da caminhonete para imobilizá-lo, mas de longe vi que a arma que estava com ele era de verdade e acabei voltando para o carro”.
Equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar foram acionadas e as investigações estão a cargo da Delegacia Metropolitana de Uberlândia, que está analisando as informações do caso.