O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, solicitou na segunda-feira (20) um mandado de detenção para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, seu ministro da defesa Yoav Gallant e três líderes do Hamas, incluindo o dirigente Yahya Sinwar.
As reações da comunidade internacional surgiram rapidamente. França e Espanha manifestaram apoio ao pedido. A França, por meio de seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, destacou que apoia o TPI, sua independência e a luta contra a impunidade. Além disso, condenou os massacres perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro e reafirmou a necessidade do cumprimento do Direito Humanitário Internacional, principalmente em relação às perdas civis na Faixa de Gaza.
A diplomacia espanhola também reiterou seu compromisso com a independência e imparcialidade do TPI, sublinhando que o trabalho crucial do tribunal deve ser realizado livremente e sem interferências.
Em contrapartida, os Estados Unidos e o Reino Unido criticaram veementemente a decisão. O presidente dos EUA, Joe Biden, considerou a ação “ultrajante” e uma “vergonha”, enquanto o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que a comparação entre Israel e Hamas feita pelo procurador é “vergonhosa”. A Casa Branca destacou que estará sempre ao lado de Israel contra as ameaças à sua segurança.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a decisão do TPI como “absurda” e rejeitou a comparação “nojenta” com o Hamas. Netanyahu afirmou que é inaceitável comparar o Hamas, que cometeu atos bárbaros contra civis israelenses, com os soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) que lutam uma guerra justa. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, acusou o procurador de tentar interferir na guerra em Gaza e negou o direito de autodefesa a Israel.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, destacou que as decisões do TPI são de cumprimento obrigatório para os Estados que ratificaram os estatutos do tribunal, lembrando que o mandato do TPI é julgar os crimes mais graves do direito internacional.