Michele Dias Abreu, influenciadora cristã, pediu desculpas na última terça-feira (7) após publicar um vídeo em que atribuía as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul à “ira de Deus”, consequência, segundo ela, das práticas de religiões de matrizes africanas. O vídeo, que gerou grande controvérsia nas redes sociais, foi considerado um ato de intolerância religiosa.
Em um novo vídeo (veja abaixo), Michele retratou-se de suas declarações: “Na verdade, eu me expressei mal, não quis de forma alguma ofender as pessoas em relação à religião, que é uma opção individual de cada um. Peço perdão se magoei as pessoas em relação à opção delas”, disse ela, destacando que sua intenção não foi associar os desastres naturais com crenças específicas.
Terreiros de macumba
Michele havia afirmado no domingo (5) que “o estado do Rio Grande do Sul é um dos estados com o maior número de terreiros de macumba, mais do que a Bahia”, e que profetas em algumas igrejas já haviam predito a calamidade como um sinal divino.
“Eu estava vendo ontem e em algumas igrejas alguns profetas já estavam anunciando em janeiro, fevereiro, sobre algo que ia acontecer no Rio Grande do Sul devido a ira de Deus mesmo”, disse a influenciadora.
“[Estão] Misturando aquilo o que é santo. Deus é santo, não há um Deus maior do que ele e aí as pessoas estão abusando disso. Vocês podem ter certeza que Deus não divide a sua honra com ninguém e isso vai ter consequências, está tendo consequências”, finalizou.
Tragédia no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul está sendo palco de uma tragédia que deixou 100 mortos e afetou mais de 1,4 milhão de pessoas. O estado, que tem uma geografia composta por serras e vales, enfrenta também a falta de investimentos em infraestrutura para prevenção de enchentes, agravando as consequências dos temporais.
Até o momento, a Defesa Civil do RS registra 417 municípios com relatos de problemas relacionados ao temporal. Desalojados e desabrigados somam mais de 230 mil pessoas, evidenciando a severidade do desastre. O cenário, descrito por Michele como “uma demonstração de uma imagem de guerra”, reflete a urgência de respostas e medidas preventivas mais eficazes.