Após cumprir 16 anos de prisão, Alexandre Nardoni foi liberado para cumprir o restante da sua pena em liberdade. Ele foi condenado pela morte de sua filha, Isabella Nardoni, em um caso que chocou o Brasil em 2002. A decisão de progressão para o regime aberto foi concedida pelo juiz José Loureiro Sobrinho, da Vara Criminal de São José dos Campos, e Nardoni deixou a prisão às 17h20 de ontem, segunda-feira (6).
A liberação vem acompanhada de diversas condições judiciais estritas. Entre elas, Nardoni deve comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais, comprovar ocupação lícita em 90 dias, permanecer em sua residência das 20h às 6h, e não pode mudar de comarca ou cidade sem prévia autorização judicial. Além disso, está proibido de frequentar bares, casas de jogos e outros locais considerados incompatíveis com o benefício.
O Ministério Público de São Paulo já anunciou que vai recorrer da decisão, argumentando a gravidade do crime hediondo cometido por Nardoni. Esta posição ressalta a contínua controvérsia e o debate público em torno da adequação das leis de progressão de pena no Brasil, especialmente em casos de grande repercussão.
Durante o tempo em que esteve preso, Nardoni, segundo a administração penitenciária, teve um comportamento considerado exemplar, sem registros de faltas disciplinares. Ele também participou de atividades educacionais e laborais, que contribuíram para a redução da sua pena.
Alexandre Nardoni e sua esposa Anna Carolina Jatobá, que também está em regime aberto desde o ano passado, foram condenados pelo assassinato de Isabella, que tinha cinco anos na época do crime. Segundo a acusação, a menina foi jogada do sexto andar do edifício onde a família morava. O caso provocou uma enorme comoção nacional e debate sobre a violência infantil e a justiça criminal no Brasil.