Um adolescente de 16 anos confessou ter matado os pais e a irmã em Vila Jaguara, Zona Oeste de São Paulo, com tranquilidade, segundo o delegado Roberto Afonso. O jovem se entregou à polícia no domingo (19), dois dias após o crime.
Segundo o delegado, o jovem foi apreendido no 33º Distrito Policial de São Paulo e encaminhado à Fundação Casa. O adolescente alegou que os pais o chamaram de “vagabundo” e confiscaram seu celular, o que o levou a planejar o assassinato da família. Ele utilizou a arma do pai, um Guarda Civil Municipal de Jundiaí, para cometer os homicídios.
“Ele se entregou no domingo; o crime foi na sexta. Se passaram mais de 24 horas. Num primeiro momento, ao ser entrevistado, ele estava tranquilo. Acabou confessando o que houve,” disse o delegado Roberto Afonso. Ele destacou a frieza do jovem ao relatar os fatos: “É difícil imaginar que você mata os pais e tem uma tranquilidade para falar sobre isso.”
Na noite de domingo, o adolescente ligou para a Polícia Militar e informou que havia matado os familiares usando a arma de fogo do pai. Os policiais foram até a casa da família e encontraram os corpos de Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos, com marcas de tiros. Os corpos já estavam em processo de decomposição.
A pistola usada no crime foi encontrada na mesa da sala, municiada e com um cartucho íntegro. Próximo ao corpo da adolescente havia uma cápsula deflagrada. A arma e a munição foram apreendidas pela polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, o jovem, que foi adotado pela família quando tinha 3 anos, afirmou que sempre teve desentendimentos com seus pais. Na quinta-feira (16), após ser chamado de “vagabundo” e ter o celular confiscado, ele planejou o crime. Na sexta-feira (17), ele atirou contra o pai enquanto ele estava na cozinha. A irmã, ao ouvir o disparo, foi até o local e foi baleada no rosto.
Após matar os dois, o adolescente foi para a academia. Ao retornar, esperou pela mãe. Quando ela chegou e viu os corpos do marido e da filha, foi assassinada. No dia seguinte, o jovem ainda colocou uma faca no corpo da mãe.
O caso foi registrado como ato infracional por homicídio, feminicídio, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e vilipêndio de cadáver. A Polícia Civil continua investigando a motivação do crime e se há participação de terceiros.