O síndico do condomínio de apartamentos Apoteose, localizado na estrada do Goulart, onde a energia elétrica da área comum foi cortada motivando desabastecimento de água em todos os apartamentos, porque a bomba deixou de funcionar, alega que a CPFL fez um corte ilegal e encaminhou documento mostrando trâmite judicial com deferimento de tutela antecipada para religação.
O caos que afeta os moradores veio à tona depois que uma comissão procurou a reportagem do RP10 para denunciar o que consideram descaso por parte do síndico, Breno Alexandre da Silva Carneiro. Eles alegam que desde a madrugada deste domingo estão sem água porque a energia foi cortada por falta de pagamento de conta de quase R$ 800, referente a área comum.
Uma das moradoras, Graciele Souza Botelho, disse que fez uma vaquinha arrecadou R$ 400 e ela conseguiu o restante para pagar a conta pendente que teria motivado o corte. Segundo ela, quando técnicos da CPFL estiveram no condomínio para fazer o corte, teriam constatado uma ligação clandestina.
A mesma moradora, que falou em nome de um grupo de moradores, disse que recentemente havia muito mato alto no condomínio, e o sindico teria proibido a roçagem que eles conseguiram de forma voluntária ameaçando inclusive chamar a polícia. No entanto, alega que os próprios moradores acabaram fazendo o serviço, porque estava aparecendo muitas aranhas e até escorpiões.
Ainda segundo a moradora, o condomínio estava devendo mais de R$ 20 mil em conta de água e repassou para uma garantidora, sendo que os moradores terão de pagar como forma de financiamento o valor utilizado para quitação desse débito.
Outro lado
O síndico Breno Alexandre da Silva Carneiro entrou em contato com a reportagem do RP10 para dar uma explicação em relação ao corte de energia. Ele afirma que foi um corte ilegal, porque não havia dívidas. Informou ainda que tinha dormido após tomar um remédio e não viu ligações de moradores durante a madrugada.
Na manhã deste domingo, assim que tomou conhecimento, acionou o jurídico e entrou com uma ação judicial contra a CPFL com pedido de tutela antecipada pedindo a religação, tendo em vista que não havia dívidas.
Ele enviou ainda cópia do processo com decisão judicial (imagem acima) pelo deferimento da tutela para religação em 24 horas sob pena de multa diária no valor de R$ 300. O síndico disse que, mesmo se houvesse dívidas, é proibido corte de energia aos sábados e domingos. Carneiro explica que tomou todas as decisões necessárias para solucionar o problema dos moradores, chegando a cotar inclusive caminhão pipa, mas foi algo financeiramente inviável.
Ele acredita que a conta paga pela moradora, a qual ela afirma que seria o motivo do corte, pode ter sido paga em duplicidade ou alguma conta ainda não vencida, e que irá apurar certinho o que houve.
O síndico também disse que assim que saiu o deferimento do pedido da tutela antecipada determinando a religação, ele informou todos os moradores, integrantes do conselho e porteiros, nos grupos utilizados no condomínio, e atribui o fato a denúncia feita ao RP10, a um grupo que considera oposição.
NOTA DA CPFL PAULISTA
A CPFL Paulista informa que o fornecimento de energia para o local mencionado foi suspenso devido a pendências do cliente com a distribuidora. Após serem sanadas, o pedido de religação foi prontamente atendido e executado pela companhia nesta segunda-feira (15). A empresa ressalta que segue todas as determinações do órgão regulador e não realiza cortes de energia aos fins de semana, com exceção de casos em que são identificadas auto religações por parte das unidades consumidoras.