Numa operação conjunta realizada nesta terça-feira (30/4), a Polícia Federal, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal desvendaram um esquema de corrupção que resultou no desvio de aproximadamente R$ 1,7 bilhão do Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2017 e 2022. A ação incluiu o cumprimento de 49 mandados de busca e apreensão em várias prefeituras do Pará e em Barueri, São Paulo.
Mais de 150 policiais e servidores públicos estão envolvidos na operação, que investiga crimes contra a administração pública, o sistema financeiro nacional e a prática de lavagem de capitais. As investigações apontaram que pessoas físicas, utilizando pessoas jurídicas do ramo de saneamento urbano, estão por trás dos crimes, que incluem fraudes licitatórias e lavagem de dinheiro.
Os recursos desviados, que deveriam beneficiar áreas essenciais como saúde, saneamento e limpeza urbana, acabaram prejudicando diretamente a qualidade dos serviços oferecidos à população, uma das mais carentes em termos de saneamento básico no país.
A Controladoria Geral da União identificou que as licitações e contratos investigados apresentaram várias irregularidades, incluindo restrição da competitividade e habilitação irregular da empresa vencedora.
A operação também resultou na autorização judicial para o bloqueio de bens no valor de R$ 1,7 bilhão das contas dos investigados, com o objetivo de devolver os valores aos cofres públicos.
Os mandados foram cumpridos em municípios como Benevides, Parauapebas, Ananindeua, Santa Maria do Pará e São Miguel do Guamá. O objetivo principal nesta fase é recolher material que comprove o envolvimento dos suspeitos e esclarecer a participação de cada agente nas fraudes detectadas.